Vitamina D: o que se sabe sobre suplementos, benefícios e riscos

Vitamina D: o que se sabe sobre suplementos, benefícios e riscos

A busca por suplementos e remédios à base 
de vitamina D explodiu durante a pandemia,   Porque muitos apostaram no papel dela na 
imunidade e na proteção contra a nova doença Até hoje, não há um consenso científico sobre isso Mas a vitamina D já era fonte de 
fascínio e controvérsia antes da covid Sou Mariana Alvim, repórter da BBC 
News Brasil em São Paulo, e mergulhei   Em estudos e falei com especialistas 
para responder a quatro perguntas: Afinal, o que é a vitamina D? Como é obtida? Quem deve tomar suplemento? E por último, ela realmente 
previne e trata doenças? A vitamina D foi chamada assim 
pela primeira vez em 1922 Mas olha só isso Décadas depois, com mais pesquisas e 
o detalhamento da estrutura molecular,   Chegou-se ao consenso de que 
ela é, na verdade, um hormônio Hoje, sabemos que esse hormônio tem 
um papel fundamental na regulação   Da quantidade de cálcio e fósforo no nosso corpo Que, aliás, são essenciais para o crescimento 
e a manutenção de ossos, dentes e músculos Ou seja, a vitamina D é importantíssima 
para a saúde óssea e muscular Mas então, como podemos obter vitamina D? De três formas: com a produção do nosso corpo,   A partir da exposição ao sol; com 
a alimentação e com a suplementação A médica endocrinologista Marise Lazaretti-Castro 
me disse que é um erro bastante comum achar que os   Efeitos da alimentação e da suplementação só vão 
ser ativados se a pessoa também se expuser ao sol  Isso é um é uma ideia errada, equivocada 
que você precisa tomar sol mesmo ingerindo   A vitamina D. Não, você não precisa. O que o 
sol faz é produzir na nossa pele a vitamina D Se você está ingerindo pelo alimento ou 
pelo suplemento, você não precisa tomar sol Só lembrando tomar sol é muito 
importante por vários motivos A luz solar desencadeia a 
atividade de vários outros   Hormônios que influenciam no nosso 
sono e no nosso humor, por exemplo Mas é preciso cuidado para evitar 
que riscos como o de câncer de pele Eu falo mais disso já já Outro alerta que especialistas e 
sociedades médicas me fizeram é que,   Na prática, não podemos contar muito com 
a alimentação para obter a vitamina D Um exemplo é o salmão, que costuma ser 
apontado como uma fonte rica do hormônio

Mas isso só é verdade se esse peixe 
for selvagem — e não de criação,   Como é mais comum encontrar no Brasil A nutricionista Marcela Mendes me explicou que os   Alimentos que têm vitamina D não são 
tão frequentes na nossa dieta e nem   Apresentam quantidades suficientes 
para nos abastecer desse hormônio Poucos alimentos são fonte de vitamina D, e 
quando são, têm pouca vitamina D. Ainda falta educação nutricional pra entender que   A alimentação dificilmente vai ser 
suficiente para suprir a necessidade Eu vejo muito nas redes sociais: Alimentos fonte de vitamina 
D, insira esses alimentos Aí você vai ver recomendações pro Brasil Os alimentos são: Salmão selvagem, cogumelo, e peixes gordurosos E aí eu sempre comento também com os alunos: Gente, qual é a real aplicação 
disso na nossa população?  Isso é parte do hábito alimentar, né? Se não podemos contar tanto com a alimentação,   Outra opção para obter a 
vitamina é com a exposição ao sol Por muito tempo se pensou que o 
clima brasileiro fosse suficiente   Para garantir vitamina D — inclusive 
por isso, o raquitismo, uma doença que   Enfraquece e deforma os ossos das crianças, 
nunca foi uma preocupação grande por aqui Mas estudos recentes têm mostrado que 
o país tem um percentual relevante de   Pessoas com deficiência desse hormônio Um estudo publicado no ano passado pela 
Marise Lazaretti-Castro e colegas mediu   Os níveis de vitamina D em doadores 
de sangue de três cidades brasileiras Os resultados mostraram deficiência de 
vitamina D em 12,1% das pessoas em Salvador;   20,5% em São Paulo e 12,7% em Curitiba Uma das possíveis razões disso 
é o estilo de vida atual: A gente fica mais em ambientes 
fechados e usa protetores solares E aí entra um dilema: Para evitar o envelhecimento e o câncer de 
pele, usamos filtros que bloqueiam a luz   Ultravioleta B (UVB) — crucial para 
nosso corpo sintetizar a vitamina D A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e 
Metabologia recomenda que esse dilema seja   Resolvido caso a caso, na consulta com um médico

Já a Associação Brasileira de Avaliação Óssea 
e Osteometabolismo (Abrasso) sugeriu que as   Pernas e os braços sejam expostos 
sem proteção solar por 5-7 minutos   Em pessoas de pele mais clara e até 15 
minutos naquelas com pele mais pigmentada Rosto, pescoço e testa devem 
ficar sempre protegidos do sol,   Pois em geral são os lugares 
mais vulneráveis ao câncer É importante lembrar que a melanina funciona como   Um protetor solar, então ela também diminui 
a possibilidade de produção da vitamina D Pessoas com pele escura que têm 
pouca exposição ao sol devem ficar   Especialmente atentas à deficiência do hormônio Diante da preocupação com a falta de vitamina D,   Muitas pessoas têm procurado os suplementos
Segundo dados da Associação dos Laboratórios   Farmacêuticos Nacionais, a partir de 2021 o 
faturamento anual no Brasil com suplementos   E medicamentos a base de vitamina D 
ficou acima de R$ 1 bilhão, um recorde desde 2015 Mas nenhuma das sociedades médicas que 
eu ouvi recomenda o uso indiscriminado   De suplementos pela população geral no Brasil Primeiro, é preciso fazer um exame de sangue 
para verificar os níveis de 25 hidroxivitamina D Só aí que médico ou nutricionista vai decidir 
se a suplementação é necessária ou não A 25 hidroxivitamina D é a forma da vitamina D que 
fica no sangue depois de ter passado pelo fígado Lembrando que essa é a orientação 
de sociedades médicas brasileiras Em países como o Reino Unido, que têm invernos com 
pouca luz, é uma recomendação oficial que toda a   População a partir dos 4 anos tome suplemento 
de vitamina D durante o outono e o inverno Para as crianças com menos de quatro anos vivendo 
lá, a suplementação é recomendada o ano todo Aqui no Brasil, alguns grupos de risco devem 
ficar mais atentos aos níveis da vitamina D: Idosos, obesos ou pessoas que passaram 
bariátrica, grávidas e mulheres que   Amamentam, pessoas com doenças nos ossos, 
pacientes renais ou com má absorção no   Intestino e que tomam remédios para HIV, 
corticoide ou remédios contra convulsão A única recomendação fixa para um grupo, 
independente de exames, é para bebês: A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a 
suplementação da primeira semana até os 24 meses As especialistas que eu entrevistei demonstraram 
preocupação com o uso pouco cuidadoso de   Suplementos, às vezes em doses muito altas – 
inclusive prescritas por profissionais de saúde Segundo a Anvisa, os suplementos não 
exigem a apresentação de receita,   Mas alguns medicamentos a base de vitamina D, sim A médica Marise Lazaretti-Castro explica 
que doses muito altas trazem riscos Isso, no longo prazo, vai levar um quarto 
do que a gente chama de intoxicação com  

Vitamina D, que é um quadro grave
O cálcio sobe muito no sangue,   Porque a vitamina D aumenta a absorção 
intestinal do cálcio e aumenta a reabsorção   óssea. Então o cálcio subindo no sangue, 
ele dá um monte de efeitos adversos Ele dá náuseas, vômitos, diarreia. Ele pode 
dar inapetência, emagrecimento importante,   Ele dá poliúria (a pessoa começa a urinar 
como se fosse um diabético, urinando muito),   A desidratação, à insuficiência renal, 
perda da função renal e até o coma Então é a morte, né? Pode morrer por conta disso A vitamina D, a deficiência 
ruim, mas o excesso também é ruim Ainda há controvérsias sobre 
quais seriam os níveis ideais   De vitamina D no sangue e a partir de 
que quantidade uma alta dose é arriscada Sabe-se que os níveis de 25-hidroxi-vitamina 
D abaixo de 12 ng/mL [nanograma por mL] são   Deficientes e que acima de 30 ng/mL 
são suficientes, mas como categorizar   Exatamente os números entre 12 e 30 
ainda está em debate por cientistas Sobre os excessos, as especialistas 
que eu entrevistei citaram como valores   Demasiadamente altos a suplementação diária 
com mais de 10.000 Unidades Internacionais Alerta feito, vamos ao último ponto desse vídeo: A vitamina D realmente previne e trata doenças? Já há evidências consolidadas de 
ela um papel importante em doenças   ósseas como o raquitismo, a 
osteomalácia e a osteoporose Mas a suspeita de que poderia ter um 
papel em outras doenças cresceu quando   Foram encontrados genes receptores da vitamina 
D em vários tipos de células do corpo humano,   Dos neurônios aos linfócitos, que 
são células do sistema de defesa Ou seja, se há receptores, é provável que a 
vitamina D cumpra alguma função naquela célula. E a busca por respostas está a todo vapor: Só no primeiro trimestre deste ano, foram 
publicados artigos científicos sobre investigações   Do papel da vitamina D na esclerose múltipla, 
demência, asma, no câncer de pele melanoma… Lembra que eu falei no início que a 
procura aumentou durante a pandemia? Pois é, para a covid também há muitos estudos, 
mas ainda faltam respostas definitivas Os ensaios clínicos randomizados, 
que testam tratamentos em humanos,   Seriam ideais para demonstrar 
esses eventuais benefícios Mas eles esbarram em um problema ético: Para demonstrar o efeito, seria necessário deixar 
alguns voluntários com deficiência de vitamina D As controvérsias no estudo da vitamina 
D são tantas que existe até um evento  

Internacional que já está 
em sua 6ª edição, olha só: A Conferência Internacional sobre 
as Controvérsias da Vitamina D. Espero que este vídeo tenha te ajudado a entender 
o que realmente se sabe sobre a vitamina D Obrigada pela audiência, e até a próxima!

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