Onda de calor: por que quem tem problemas cardíacos corre mais perigo

Onda de calor: por que quem tem problemas cardíacos corre mais perigo

O Brasil tem enfrentado ondas de calor 
muito intensas nos últimos meses. Em 2023,   Pelo menos nove eventos extremos 
desse tipo já foram registrados. E existe uma população específica 
que precisa redobrar os cuidados   Quando a temperatura sobe além da conta: 
os portadores de doenças cardiovasculares,   Como hipertensão, diabetes, arritmias, 
insuficiência cardíaca, entre outras. Ao lado de crianças pequenas e idosos, eles 
fazem parte de uma espécie de grupo de risco,   Pois estão mais vulneráveis aos 
impactos do calorão na saúde. Mas o que o calor tem a ver com o coração? 
E como se proteger? Sou André Biernath,   Da BBC News Brasil, e neste vídeo te 
explico em três pontos essas questões. Segundo um estudo australiano,   A exposição contínua a temperaturas mais 
altas aumenta em 11,7% o risco de mortalidade,   Com as doenças cardiovasculares como a 
principal causa de óbito nessas situações. Nesse contexto, segundo os autores, o perigo 
é ainda maior para mulheres, indivíduos acima   Dos 65 anos, quem mora em regiões tropicais 
ou cidadãos de países menos desenvolvidos. O cardiologista Marcelo Franken 
me explicou que somos seres   Homeotérmicos. Isso significa que a nossa 
temperatura corporal se mantém constante,   Independentemente de quão quente 
ou frio está o meio externo. Então a temperatura do corpo humano 
em condições normais varia entre 35   E meio e 37,5 graus Celsius, 
habitualmente a gente diz 36,   E o corpo ele através de diversas reações 
fisiológicas mantém essa temperatura constante   Independentemente da temperatura do 
ambiente, seja o calor seja o frio Para garantir esse balanço, nós temos uma 
série de “termostatos naturais” espalhados   Pelo organismo. Esses controles, mediados 
pelo Sistema Nervoso Central, monitoram a   Temperatura e lançam uma série de medidas para 
voltar a um equilíbrio térmico, se necessário. Vamos focar no calor: o aumento da temperatura do   Ambiente influencia diretamente o 
nosso corpo, que também esquenta. Para lidar com isso, o sistema nervoso lança uma 
série de ações emergenciais. A primeira delas é   Aumentar a sudorese, ou a liberação de suor 
através da pele. A segunda envolve relaxar e   Dilatar os vasos sanguíneos mais superficiais 
e assim liberar calor para o meio externo. Mas há situações em que essas estratégias não são 
suficientes ou podem se tornar até prejudiciais. No primeiro cenário, o calor 
está tão alto que nem o suor,   Nem a dilatação de veias e 
artérias, dão conta do recado. No segundo, a liberação de suor pelas 
glândulas sudoríparas é tão intensa   Que gera um quadro de desidratação, 
em que a quantidade de líquido no  

Corpo está abaixo do necessário para que 
órgãos e células funcionem corretamente. Fora isso, a transpiração excessiva pode 
causar alteração nos eletrólitos elementos   Químicos circulantes no sangue alguns deles 
muito importantes para os funcionamentos   Das reações químicas do organismo e das 
células como potássio, magnésio, sódio… O relaxamento dos vasos sanguíneos também 
pode provocar quedas na pressão arterial,   O que gera quadros de mal-estar, tontura 
e até desmaios. Se isso acontece em   Determinadas situações — quando o indivíduo 
está dirigindo ou operando máquinas pesadas,   Por exemplo — pode representar 
um risco de acidentes graves. Aqui também não podemos ignorar os quadros de 
insolação. Neles, o calor chegou a um tal ponto   Que o corpo perde a capacidade de controlar a 
própria temperatura. A pessoa deixa de transpirar,   Fica com a pele seca e vermelha e pode 
até sofrer convulsões ou arritmias. Essas situações de colapso do organismo 
costumam ocorrer quando a temperatura   Corporal ultrapassa o limite de 39 ou 
40 ºC e exigem atenção médica imediata. Mas o que isso tudo tem a ver 
com as doenças cardiovasculares? O médico Carlos Rassi me contou que, 
conforme uma pessoa perde líquidos por   Meio da transpiração para conter os efeitos 
do calor, o sangue dela fica mais viscoso. E aí o sangue fica mais viscoso. E 
aí ele fica com uma tendência maior   A formar trombos, tá? Então trombose 
é um risco nas altas temperaturas Um sangue mais espesso por causa da desidratação 
também costuma apresentar uma tendência maior à   Hipercoagulação. Traduzindo, há um maior risco de 
formação de coágulos, ou pequenas massas formadas   Por hemácias, plaquetas e outros elementos cujo 
objetivo principal é interromper um sangramento. Para completar, se o indivíduo já possui 
lesões no endotélio — a camada que reveste   A parte interna dos vasos sanguíneos — 
todos esses fatores juntos podem levar   A um bloqueio na circulação de 
oxigênio e nutrientes pelo corpo. Se essa interrupção da circulação sanguínea 
acomete as coronárias (as artérias que   Irrigam o coração), estamos diante de um 
infarto. Se ocorre nos vasos do cérebro,   Há um acidente vascular cerebral (AVC). Esses, aliás, são os dois eventos 
cujo risco mais sobe durante as ondas   De calor, segundo aquele estudo 
australiano que comentei antes. O Dr. Carlos me falou sobre outra consequência   Cardiovascular relacionada 
à subida dos termômetros. Por exemplo, tá desidratado, os vasos estão 
dilatados, que que o coração precisa? Ele   Precisa aumentar sua frequência para manter 
pressão arterial, entendeu? Então ele começa   A acelerar e começa a ser demandado mais. Você 
percebeu ali que eu estou com dificuldade de  

Irrigar o coração por diversos fatores e eu tô 
demandando mais do mesmo… Se o paciente tem   Alguma plaquinha ali que é um pouco mais 
significativa, pode acontecer desastre Ou seja, o órgão tem uma demanda maior — o que 
pode representar um perigo, principalmente quando   Já existem outras condições prejudiciais, 
como arritmias ou insuficiência cardíaca. O Dr. Marcelo lembrou que uma onda de calor pode 
causar problemas em qualquer indivíduo. Mas,   Naqueles que já possuem alguma condição 
que afeta o sistema cardiovascular,   As repercussões podem ser mais graves. Mas, diante de eventos climáticos 
extremos cada vez mais frequentes,   O que pode ser feito para evitar 
consequências tão graves ao peito? Os especialistas com quem eu conversei 
me explicaram que a ação mais importante   Para evitar problemas de saúde durante as 
ondas de calor é manter-se bem hidratado. Esse cuidado maior com a ingestão de líquidos 
evita aqueles quadros de desidratação,   Que são um dos principais estopins 
de problemas de saúde mais sérios   (inclusive no coração) quando a temperatura sobe. Com isso, o sangue permanece 
na consistência adequada,   Com um risco menor de formar trombos ou coágulos. Ah, e os líquidos hidratantes são água, 
isotônicos e água de coco. Para muita gente,   O calor é propício para consumir 
bebidas alcoólicas, como a cerveja,   Mas elas não ajudam a hidratar e 
podem até ter o efeito contrário. Além da hidratação, não custa reforçar as 
regras básicas para evitar o impacto do calor. Vale sempre que possível se proteger do sol,   Principalmente nos horários mais 
quentes, próximos ao meio dia. A atividade física deve ser praticada idealmente   Antes das 10 horas da manhã 
ou após as 4 ou 5h da tarde. Usar roupas leves, usar chapéus e 
aplicar protetor solar também são   Outras atitudes básicas, assim como ficar 
em lugares frescos e arejados. Se possível,   Vale tomar banhos, ir à piscina, 
fazer compressas com água fria… Em relação à alimentação é importante 
procurar comer alimentos frescos,   De preferência frutas verduras coisas mais leves, 
evitar alimentos muito gordurosos muito pesados   Ou muito calóricos, que produza um calor. Esse 
tipo de atenção com alimentação é importante. Essas dicas, claro, valem para todo mundo. 
Mas há uma recomendação específica para os   Portadores de doenças cardiovasculares, 
especialmente aqueles com pressão alta. Isso porque o tratamento da hipertensão envolve   Muitas vezes o uso de uma classe de 
medicamentos chamados de diuréticos.

Como o próprio nome indica, eles aumentam 
a produção de urina. Num cenário de altas   Temperaturas, em que o corpo já perde muito 
líquido pela transpiração, os remédios   Diuréticos podem representar um fator extra 
para o surgimento de quadros de desidratação. Que fique claro: o paciente que usa essas 
medicações não deve, em hipótese alguma,   Suspender o uso por conta própria. O 
tratamento desses quadros crônicos,   Como hipertensão, colesterol alto e diabetes, 
é fundamental para evitar infartos e AVC. No caso dos diuréticos, a recomendação 
é procurar a avaliação de um médico,   Que poderá avaliar a situação e fazer um 
ajuste nas doses, se achar necessário. Bom, com isso eu fico por aqui e espero que 
esse vídeo tenha sido útil. Deixe suas dúvidas e   Comentários aqui embaixo que a gente sempre fica 
de olho. Um abraço, se cuida e até a próxima.

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