O que é o grupo Wagner e que papel tem na guerra na Ucrânia

Eles são chamados de mercenários russos Operam de forma pouco transparente, Sob ordens de ex-militares e magnatas que faturam com guerras Estou falando do Grupo Wagner, um exército
privado acusado de crimes de guerra e de violações De direitos humanos em diferentes partes do mundo E que se suspeita ser financiado pelos serviços
de inteligência da Rússia Eu sou Camilla Veras Mota, da BBC News Brasil,
e explico neste vídeo o que é o Wagner E qual seu papel na guerra na Ucrânia Primeiro ponto: o que é o Wagner? É um grupo paramilitar criado na Rússia,
de caráter não oficial – ou seja, Que em teoria não tem nenhuma relação com o Estado russo Sua estrutura e organização são pouco claras Os detalhes conhecidos sobre seu funcionamento
vêm de jornalistas, pesquisadores, Da ONU e de alguns ex-membros que acabaram desertando o grupo de mercenários Sabe-se, por exemplo, que Wagner era o nome
de guerra utilizado por um de seus fundadores: Dmitry Utkin, um veterano das guerras da Chechênia
– ex-oficial das forças especiais e tenente-coronel Do GRU, o serviço de inteligência militar russo Ainda que não se saiba dos números exatos,
pesquisadores estimam entre 10 mil e 60 mil integrantes Em conversa com a BBC, a pesquisadora russa
Anna Borshchevskaya descreveu o Wagner como Um grupo muito poderoso O Wagner surgiu em 2014, durante a guerra
no Leste da Ucrânia, e teve um papel de protagonista Na anexação da Crimeia pela Rússia Também tem operado, sempre a favor dos interesses
russos, em países como Síria, Líbia e a República Centro-africana E é nessas operações que tem sido acusado
de execuções extrajudiciais, Tortura e outras violações de direitos humanos A inteligência da Alemanha afirma que o Wagner
está por trás, por exemplo, de um dos piores Marcos da guerra na Ucrânia: o massacre de civis na cidade de Bucha Mas quem são os integrantes? Quem explica isso pra gente é o Sergey Sukhankin,
acadêmico russo Que pesquisa o Wagner há anos De fato, em setembro de 2022 foi divulgada
uma gravação em que o oligarca russo Yevgeni Prigozhin (de quem eu falo mais daqui a pouco)
tenta recrutar prisioneiros russos para lutar Pelo Grupo Wagner na Ucrânia

Mas para alguns especialistas, além de um
grupo paramilitar, o Wagner é uma rede De negócios e infraestrutura interconectados
e a serviço da guerra E onde eles operam? Seus soldados têm participado de ações
militares e de segurança na Síria, por exemplo Lá, o grupo protegia os campos petrolíferos
controlados pelo governo sírio – e, Por isso, recebia parte do arrecadado com a exploração Na Líbia, o grupo está ativo desde 2016,
atuando em apoio ao general Haftar, que tem Tentado derrubar o governo respaldado pela ONU Lá, os mercenários têm sido financiados
com o dinheiro arrecadado pela indústria Petroleira do país Em 2017, o Wagner foi convidado à República
Centro-africana proteger as minas de diamantes E quem dirige esse grupo? Pois é justamente Yevgeny Prigozhin, que eu citei agora há pouco Ele é um famoso aliado do presidente da Rússia,
Vladimir Putin, e em setembro de 2022 admitiu Publicamente estar à frente do Wagner Ele, aliás, converteu o grupo de mercenários
em uma figura central da guerra na Ucrânia A história dessa relação começou com esta
foto, no começo dos anos 2000 Prigozhin foi apelidado de cozinheiro de Putin A gastronomia era o seu negócio principal
naquela época – e o presidente russo frequentava Um dos seus restaurantes Foi graças a essa aproximação que ele expandiu
seus negócios com o Estado E se tornou um dos homens mais ricos da Rússia Firmou, por exemplo, volumosos contratos para
fazer a distribuição de merendas em escolas E para cuidar da alimentação do Exército russo Ele também virou dono de meios de comunicação
e hoje dirige o Patriot, um conglomerado midiático Pró-Kremlin Mas o grosso do dinheiro de Prigozhin parece
vir de outra fonte: segundo o Tesouro americano, Ele se aproveita das operações de segurança
do grupo Wagner para abocanhar lucrativas Concessões nas áreas de petróleo, mineração
e exploração de madeira em países como Síria, Sudão e República Centro-Africana. A tentativa dos países ocidentais de conter
esses tentáculos faz de Prigozhin Um dos principais alvos de sanções em todo o planeta Uma dessas sanções recai sobre a Agência
de Pesquisas de Internet, supostamente financiada Pelo empresário e acusada pelos Estados Unidos
de ter tentado interferir nas eleições americanas

De 2016 com a disseminação de desinformação Mas recentemente Prigozhin se chocou com
o próprio Ministério de Defesa da Rússia, Ao defender que alguns dos principais triunfos
russos na guerra da Ucrânia, como a captura Da cidade de Soledar, ocorreram graças aos
mercenários, e não ao Exército russo Mas muitos se perguntam que papel, de fato,
esse grupo paramilitar está tendo na guerra De um lado, funcionários do governo britânico
dizem que os combatentes do Wagner representam Cerca de 10% das forças russas na Ucrânia
e estão mais numerosos agora do que no início do conflito Do outro, alguns especialistas relativizam
essa importância Acham que, embora o Wagner tenha ajudado a compensar a dificuldade russa em mobilizar Soldados para a guerra, muitos de seus combatentes
são pouco experientes O que é consenso entre os especialistas é
que as violações de direitos humanos, A tortura e as execuções na Ucrânia – suspeitas
que recaem sobre o grupo Wagner – estão Tornando a guerra ainda mais cruel Por hoje eu fico por aqui, siga acompanhando
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