Geramos ENERGIA usando a GRAVIDADE!
Hoje eu vou usar energia da gravidade para
carregar um celular… Parou, parou, parou! O que você está fazendo? É… gravidade, celular. Não é assim que carrega? Você quer gerar energia desse jeito? Claro que não! A gente construiu uma bateria gravitacional. É um instrumento que é capaz de usar gravidade para gerar energia elétrica. Fica até o fim que esse vídeo deu um trampo, hein? Para começo de conversa, a gente vai precisar entender que história é essa de armazenar energia da gravidade. E a boa notícia é que a gente está fazendo esse vídeo com o Colégio Bandeirantes, Que tem algumas pessoas que podem
ajudar a gente a entender esse negócio maluco. Essa energia potencial gravitacional aí que você tá
falando que você quer utilizar para gerar energia, Basicamente, você tem um objeto, uma certa massa, Se você suspender ele numa determinada altura, a gente vai ter uma energia potencial gravitacional Que vai estar ali armazenada. E, por conservação de energia, você vai conseguir transformar ela, por exemplo, numa energia cinética, Que posteriormente a gente consegue transformar ela numa energia elétrica. Energia potencial gravitacional ela tá relacionada com o peso do objeto, né? A massa e a gravidade aqui na superfície da Terra. É uma diferença de altura, né, na verdade, que importa aqui. Se eu definir o referencial aqui, aqui em cima eu tenho essa quantidade de energia potencial Que eu consigo potencialmente transformar em algum outro tipo de energia. Tá, e a energia vai ser maior
tanto quanto maior o peso ou maior a altura. No nosso caso, ter uma altura maior significa também que
a gente consegue deixar o peso descendo por mais tempo. Então, a gente aproveita melhor a energia
sem ter que ficar carregando a bateria. Por isso, a gente veio até o Band. Além de ter as pessoas certas, eles também têm um lugar perfeito para a gente fazer essa experiência. Eles acabaram de inaugurar uma torre nova com 11 andares e é aqui que a gente vai construir a nossa geringonça. Esse prédio também tem tudo a ver com o tema desse vídeo, porque ele foi todo pensado para aproveitar a energia Da melhor forma possível. A fachada, por exemplo, foi toda construída com esses painéis externos chamados de brises, Eles controlam muito bem a entrada de luz. Isso faz com que se use menos iluminação artificial e, ao mesmo tempo, o prédio esquenta menos.
Significa uma economia de energia tanto na luz quanto no ar condicionado. Eles também se preocupam
bastante com os outros recursos que usam. Grande parte da água da chuva é captada e
armazenada aqui em caixas d'água com mais de 120 mil litros. A água cinza, que é aquela que foi usada nas torneiras, vem para cá, é tratada biologicamente e quimicamente E, depois, volta para
os banheiros e para as áreas externas do colégio. E se você tá se perguntando por que que eu tô
andando de bicicleta aqui, é porque ela que vai ser a solução para a gente transformar a energia da gravidade em energia elétrica. Quem vai fazer isso é o dínamo. Ele funciona como se fosse um
motor. Se a gente colocar energia nele, ele gira. Mas se a gente girar o dínamo, ele gera energia. No caso da nossa bateria gravitacional, o que a gente vai fazer é enrolar uma corda com peso. No momento em que a gente puxar, ela vai girar o dínamo. Mas aí a gente tem um problema, o dínamo tem que girar
muito rápido E se a gente prendesse a corda aqui, a gente não ia conseguir a velocidade necessária. E pra isso só tem uma solução, Polias e engrenagens. A gente vai usar um simulador aqui para tentar
reproduzir exatamente o que a gente fez na bicicleta. Ó, vamos girar o barbante aqui e aqui tem uma coroa de bicicleta grande, Que tá ligada numa catraquinha pequena na coroa de bicicleta de
novo, Numa catraca pequena na roda da bicicleta que tá ligada no dínamo. Tem transmissão por eixo,
transmissão pela correia e ali tem uma transmissão por contato. Então, tem todos os tipos de
transmissão do movimento circular aí. Teoricamente, na hora que a gente tirar devagarinho aqui,
isso aqui vai ganhar uma velocidade absurda. Olha lá! Nossa! Vamos ver se, na prática, isso aqui se confirma, né? Mas a ideia é girar
isso aqui muito devagar. Agora sim! Tem um peso que vai estar aqui preso nessa corda, a gente vai soltar. E aí, vai fazer girar essa coroa, que faz girar essa catraca, Que tá presa na coroa da bicicleta que vai transmitir pra catraca da bicicleta Que tá na marcha mais
pesada de todas. Aí, a roda gira e aqui vai estar o dínamo.
Então, a ideia é acelerar o máximo
possível. Quer ver? Tenta girar aí para você ver. Tá duro, não tá? Está sem dínamo. Se eu tentar parar aqui, Vou colocar um dedo. Fica impossível girar. Fica impossível. Todo esse sistema que a gente está
discutindo agora também funciona na bicicleta. Se a gente olhar, a gente tem várias engrenagens aqui. E cada vez que a gente muda nessas engrenagens, também
impacta diretamente no peso. Isso está relacionado a gente pegar o maior peso ou menor
peso quando a gente muda de engrenagem. A gente trouxe a bicicleta numa quadra para fazer
alguns testes. Primeiro, a gente precisa saber se o mecanismo está funcionando mesmo com bastante peso. E aí, a galera tá me ajudando aqui a puxar. Uma coisa muito legal é que quando eu dou curto no gerador,
o peso fica muito mais difícil de puxar. Fica duro demais. Outra coisa importante descobrir é quantos
quilos a gente precisa para movimentar o dínamo E, ao mesmo tempo, gerar energia suficiente para
carregar um celular. E é muito mais do que vocês podem imaginar. Pelo que a gente tá calculando aqui,
dá uns 25, 28 kg. É peso para caramba. Ligado no dínamo, a gente colocou um carregador de celular daquele que vai no acendedor de isqueiro do carro. Isso vai ser uma garantia que a gente consegue controlar
a tensão. Ele sempre vai fornecer 5 volts aqui independente do quanto o dínamo tá gerando. Todos esses conceitos que a gente está discutindo aqui, os alunos do Band aprendem na prática Durante as aulas curriculares de Física mesmo. Quer ir até o fim? Sim! Quando eles estão estudando polias, os
alunos podem literalmente se pendurar No prédio para entender como é possível
fazer muito menos força para levantar um Peso dependendo do jeito que a gente monta
esse sistema. Ficou mais pesada a brincadeira. E aproveitando essa onda de levantar peso,
Chegou a hora da gente levar essa bicicleta para cima do prédio. O único problema é que ela não passa
pelas escadas que a gente usa para chegar lá, Então a gente vai ter que amarrar umas cordas
e puxar a bicicleta da quadra. Tudo isso a um 50 metros do chão lá do pátio. Imagina o frio na
barriga. Depois só ficou faltando subir com peso que a gente vai usar na experiência. A gente construiu essa estrutura lá no Manual. A ideia é projetar o peso para fora do prédio, Senão ele desceria todo se arrastando na parede e, ao mesmo tempo, a gente tem umas roldanas aqui Que facilitam toda a movimentação. Não foi nada fácil fazer isso aqui, Uma pessoa teve que subir no prédio, tirar as medidas todas para a gente conseguir encaixar exatamente esse suporte De madeira em cima do parapeito aqui do topo do prédio. Vocês estão achando que aqui é baixinho? Dá uma olhada nessa paisagem aqui de São Paulo. Essa aqui vai ser a corda de segurança.
Caso o peso caia, ele não vai chegar até o fim. A corda pega no meio. Ó, eu vou tentar primeiro descer aqui com 20 kg de peso. Tá tudo isolado
lá embaixo, não tem ninguém. Chegou a hora, galera. A gente tá aqui desde às 9 horas da manhã arrumando tudo isso para ficar extremamente seguro E, agora, a gente vai soltar o
peso, o negócio vai começar a correr. Nosso celular tá com 3% de bateria. A prova de que funcionou
é se a gente ver um rainho aqui carregando. Isso quer dizer que a nossa bateria gravitacional tá
funcionando. Se a gente vai ganhar um, dois, três por cento aqui, é bônus. O importante é gerar energia
e provar que o nosso conceito tá certo. Pronto aí? Estica, estica ela. É, estica porque eu vou soltar. Tá com 20 kg aí. Pode soltar. Começou a rodar a roda da bicicleta. Espera um pouquinho.
Tá pegando dínamo? Tá. Ainda não tá, tá 2% de bateria. Arthur, pode soltar o azul. Eu vou colocar… vou colocar a marcha mais pesada. Tá gerando energia? Ainda não. Pode soltar tudo, Arthur! Começou a carregar o celular! Nossa, tem um raio desse tamanho
aqui no celular carregando. Tá acelerando o negócio aí, Arthur do
céu. Nossa, que legal. Fala a verdade, vai. Você nunca viu uma bateria gravitacional,
ainda mais montada desse jeito. Vale socar o joinha aí embaixo, hein? Agora para pegar de
novo aqueles 20 kg vai dar trabalho. Cada detalhezinho para fazer esse negócio funcionar,
é tudo muito pensado, dá muito trabalho. O peso desceu até metade do prédio e, agora, eu tenho que fazer subir tudo de novo se eu quiser Gerar mais energia. E aqui fica provado mais uma vez que não existe energia infinita. Tudo que a gente vê é sempre uma transformação de
energia. Nesse caso aqui, a gente tinha a energia potencial gravitacional que se transformou em energia cinética, que é a energia do movimento, Que se transformou na energia elétrica aqui pelo
dínamo, Que conseguiu carregar o celular. Tudo que a gente fez hoje aqui é uma grande brincadeira
para provar um conceito, Para mostrar como as coisas funcionam, Mas tem muita gente pensando
nesse tipo de bateria para fazer uma coisa séria mesmo. Por exemplo, na energia solar, a gente só consegue gerar durante o dia. Se você quisesse usar essa energia à noite, você teria que guardar numa bateria e poderia ser uma bateria igual a essa aqui. Durante o dia, em vez de ser uma pessoa que tá girando aqui… Soltou alguma coisa. É por isso que a gente tem um Arthur na segurança aqui. Vamos lá. Ah, soltou a corrente. Espera aí.
Você consegue
segurar aqui enquanto eu prendo a corrente? Como eu tava dizendo, durante o dia, em vez de ser
uma pessoa que tá puxando peso para cima como eu Tô fazendo aqui, poderia ser a energia que está
sendo gerada pelos painéis solares. Então você vai armazenando essa energia na forma de energia
potencial gravitacional e, à noite, quando não tem Mais sol, você usa fazendo o peso descer igual
a gente mostrou aqui para vocês. Essa é a segunda vez que a gente veio aqui no Band. Da primeira vez, a gente fez uma poeira danada com canhão gigante. E é muito legal voltar oito anos depois e ver que o colégio continua crescendo e pensando no futuro. Agora, eles estão com um prédio ainda mais moderno, que pensa no melhor jeito de aproveitar os recursos E também trazer a
melhor experiência para os alunos. O que será que vai ter aqui da próxima vez que a gente vier, hein? Eu recomendo muito que vocês assistam ao vídeo que a gente gravou oito anos atrás aqui no Band Em que a gente fez um canhão de fumaça gigante. Foi um dos maiores projetos que a gente
já fez o Manual do Mundo E é muito legal de ver.