Eleição em Israel: como vitória de Netanyahu alça extrema direita ao poder
|

Eleição em Israel: como vitória de Netanyahu alça extrema direita ao poder

Benjamin Netanyahu está de volta como premiê de Israel, mas agora perto de formar uma coalizão com um grupo de extrema direita conhecido por sua retórica contra os árabes – que compõem 21% da população do país.

Para ter maioria no Parlamento, Netanyahu deve compor com o partido Sionismo Religioso, que é acusado de “supremacismo judaico” e tem entre seus líderes Itamar Ben-Gvir, já condenado por racismo.

Neste vídeo, nossa repórter Paula Adamo Idoeta explica as mudanças recentes na política israelense e as polêmicas envolvendo o grupo Sionismo Religioso.

Reportagem em texto:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63495033

#bbcnewsbrasil #israel

Curtiu? Inscreva-se no canal da BBC News Brasil! E se quiser ler mais notícias, clique aqui: https://www.bbcbrasil.com


Benjamin Netanyahu volta à cena no que deve
ser um sexto mandato recorde como primeiro-ministro De Israel. A diferença é que agora ele está formando
uma coalizão com um grupo de extrema direita Acusado de racismo. Eu sou Paula Adamo Idoeta da BBC News Brasil
e neste vídeo vou explicar como o retorno De um político mundialmente conhecido deve
ser acompanhado de um poder inédito a um Partido que ameaça abertamente a população
árabe-israelense. Estou me referindo ao partido Sionismo Religioso,
que ganhou 14 assentos no Parlamento israelense Na eleição mais recente – a quinta realizada
em apenas 3 anos em Israel. O Sionismo Religioso só ficou atrás do Likud,
o partido de Benjamin Netanyahu, com 32 assentos, E do partido centrista Yesh Atid, com 24. Com isso, um dos líderes dos sionistas religiosos,
Itamar Ben-Gvir, se tornou uma figura central Nessas eleições e é cotado para cargos
de alto escalão no futuro governo. Ele comemorou o resultado eleitoral dizendo,
entre aspas: “o público quer separar os Que são leais ao Estado de Israel dos que
querem destruí-lo. Chegou a hora de voltarmos a controlar nosso
próprio país”. Enquanto isso, alguns dos seus apoiadores
gritavam “morte aos árabes”. Árabes-israelenses compõem 21% da população
do país. Ben-Gvir concorreu com propostas como: -deportação de árabes-israelenses considerados
“desleais” – imunidade legal para soldados israelenses
que atirarem contra palestinos -anexação da Cisjordânia, território onde
moram 3 milhões de palestinos. A Cisjordânia historicamente era para ser
parte de um Estado palestino que nunca foi Concretizado, e onde o avanço de colônias
israelenses gera ressentimento entre árabes E desafia determinações da ONU. No mês passado, o político foi gravado em
vídeo empunhando uma arma depois de receber Uma pedrada de palestinos na área ocupada
de Jerusalém Oriental e pediu que a polícia Atirasse nos agressores. Ben-Gvir, até recentemente uma figura marginal
da política israelense, foi discípulo do Antigo grupo ultraortodoxo Kach, que defendia
a expulsão dos árabes da terra de Israel E chegou a ser denominado grupo terrorista
pelos Estados Unidos e pelo próprio governo Israelense. Ben-Gvir já foi condenado por incitação
ao racismo e apoio a organização terrorista. Em artigo na revista Foreign Policy, o jornalista
David Rosenberg disse que o partido Sionismo

Religioso é movido por, entre aspas, supremacismo
judaico e racismo anti-árabe. A ascensão do partido à coalizão de governo
é vista com preocupação por analistas como Aaron David Miller, ex-negociador de paz na
região por parte do Departamento de Estado Americano. Veja a entrevista dele à BBC: Netanyahu provavelmente vai precisar do Sionismo
Religioso para ter uma maioria confortável No Parlamento israelense e assim conseguir
governar. Mas isso significa fazer concessões que podem
ser difíceis de serem contidas futuramente, Como explicam os jornalistas Tom Bateman,
correspondente da BBC em Jerusalém, e Joel Greenberg, do BBC Monitoring. Lembrando que Benjamin Netanyahu havia deixado
o poder em junho de 2021, depois de 12 anos Como premiê. Bibi, como é conhecido, é investigado desde
2016 por corrupção, pagamento de propina, Fraude e quebra de confiança – ele nega as
acusações e diz que é vítima de uma caça às bruxas com fins políticos. Mas, desde então, o povo israelense se mantém
profundamente dividido quanto à capacidade De Bibi governar enquanto passa por um julgamento
na Justiça. Em 2021, ele foi substituído por uma ampla
coalizão ideologicamente diversa, composta Por partidos de direita, centristas, de esquerda
e árabes, que em um ano e meio conseguiu Manter a economia funcionando e aprovou um
orçamento, o primeiro em três anos. Mas a experiência durou pouco. O racha ideológico no país, alimentado pelo
aumento das tensões com os palestinos, fez Essa coalizão se desmanchar. Não houve acordo quanto a temas sensíveis,
como direitos da minoria árabe-israelense, Os limites da relação entre religião e
Estado e qual a política na Cisjordânia. O período foi também o mais letal no conflito
israelo-palestino desde 2015, o que provavelmente Levou mais eleitores a votarem em políticos
mais linha-dura de direita – e contribuiu Para o declínio da esquerda israelense. Anshel Pfeffer, jornalista do jornal Haaretz,
disse à BBC que as eleições apenas expuseram O que já era uma tendência clara. Entre aspas: Com isso eu fico por aqui, acompanhe mais
vídeos da nossa cobertura internacional aqui No YouTube. Obrigado!

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *