Como Escócia perdeu independência e integrou Grã-Bretanha

Como Escócia perdeu independência e integrou Grã-Bretanha

A Escócia é uma das quatro nações que formam o 
Reino Unido e uma das mais antigas da Europa. E,   Embora não seja independente há mais de 
300 anos, até hoje discute sua autonomia. Mas como a Escócia se tornou parte do Reino Unido? Eu sou André Biernath, da BBC News Brasil e 
neste vídeo explico essa história curiosa,   Que teve um capítulo crucial a mais de 8 mil 
quilômetros de distância, na América Latina. É uma história que começa nos séculos 1 e 2,   Quando os romanos controlavam a maior parte 
da ilha da Britânia, hoje Grã-Bretanha. Mas a parte mais ao norte da ilha seguia 
resistindo aos romanos e para isso foram   Erguidos dois muros: o de Adriano, 
no ano 122, e o de Antonino, em 142. As tribos que habitavam essa 
região rebelde eram muito variadas,   Mas com o passar dos anos duas delas se 
sobressaíram, agrupadas em pequenos reinos. Ao extremo norte estavam os pictos, 
cuja região ficou conhecida como   Pictávia. E na costa oeste estavam os 
escudos, que habitavam a Dal Riada. Os escudos, em particular, tiveram 
grande influência e proximidade com   A ilha vizinha da Irlanda, e foi 
de lá que pegaram o idioma gaélico. Mas aquele reino ainda não incluía 
todo o território da atual Escócia. A grande maioria das ilhas haviam sido 
colonizadas por povos nórdicos, vindos da Noruega. A Escócia conseguiu tomar o 
controle das ilhas Hébridas,   Em 1266, e das Orcadas e Shetland, em 1472. Mas a grande rival do reino da 
Escócia sempre foi a Inglaterra. Até o ponto em que, nos séculos 
13 e 14, vieram duas guerras,   Quando a Inglaterra tentou ocupar a Escócia, 
se aproveitando de uma crise sucessória. Na primeira dessas guerras se destacaram 
alguns famosos líderes da resistência,   Como William Wallace ou o rei Robert 1°. A segunda disputa entre Escócia e 
Inglaterra teve um fundo religioso,   Em particular a Reforma Protestante do século 
14. Na Escócia, avançou o presbiterianismo,   Enquanto na Inglaterra foi o anglicanismo. Esse rei mencionado por Ana Barrera chegou 
em 1603. Dá uma olhada nas ilustrações. Elizabeth 1a era rainha da Inglaterra e da 
Irlanda e filha de Henrique 8°. Enquanto isso,   Na Escócia reinava James 6°, bisneto 
de Margaret Tudor, irmã de Henrique 8°. Quando Elizabeth 1a morreu, 
sem deixar descendentes,   O parente mais próximo escolhido para herdar 
o trono inglês era, justamente, o rei escocês. Foi naquele momento que as duas coroas 
ficaram sob o rei James 6° da Escócia,   Que passou a ser também James 
1°, da Inglaterra e Irlanda.

Apesar de terem o mesmo rei, Escócia e 
Inglaterra mantiveram sua independência   E Parlamentos separados no século seguinte, 
exceto um período conhecido como Protetorado,   Entre 1649 e 1660, quando ambos os países 
se uniram sob um governo republicano. Mas as diferenças entre as duas 
nações eram grandes. Enquanto a   Inglaterra se consolidava como uma potência 
europeia, a Escócia ficava mais isolada. A saída de migrantes, as doenças e uma grande 
fome submergiram a Escócia em uma crise que,   Segundo estimativas, dizimou cerca de 20% da 
população durante a segunda metade do século 17. Fora do comércio colonial e precisando 
desesperadamente de recursos, a Escócia   Criou em 1695 a Companhia Escocesa 
de Comércio à África e às Índias. É aqui que a América Central entra na história,   Especialmente uma região conhecida como Tampão de 
Darién, na época um muro impenetrável de selva,   Localizado entre Panamá e Colômbia, que até hoje 
é uma das zonas mais perigosas da América Latina. Bom, a primeira grande empreitada da 
companhia foi o chamado Projeto Darién. Impulsionado pelo banqueiro e 
comerciante escocês William Patterson,   O projeto ambicionava estabelecer uma 
colônia nessa região centro-americana   Para estabelecer uma rota de comércio 
dali com a Europa e com o Extremo Oriente. O projeto atraiu tanto os investidores que   Conseguiu arrecadar dinheiro equivalente 
à metade da riqueza da Escócia da época. E uma expedição, composta por 
5 naus e cerca de 1200 homens,   Se lançou ao mar e chegou a Darién em 2 de 
novembro de 1698, com o objetivo de fundar   Uma colônia a ser chamada de Nova Caledônia. 
Mas o plano não saiu conforme o planejado: A Inglaterra não só não 
ajudou os colonos escoceses,   Como impediu investimentos ingleses na expedição. O motivo era evitar um conflito com a Espanha, 
na época uma potência hegemônica na Europa. No entanto, a notícia do fracasso da primeira 
expedição não chegou à Escócia a tempo,   E o país decidiu lançar uma segunda 
comitiva, de mais 1300 homens. De novo, não foi bem-sucedida. Calcula-se que   Tenham sobrevivido só de cem a 300 
homens, somando-se as duas viagens. Mas as perdas econômicas seriam 
ainda mais determinantes. O fracasso da expedição centro-americana 
deixou a Escócia afundada em dívidas.   O momento foi então aproveitado 
pela Inglaterra, que havia anos   Foram dissolvidos os Parlamentos escocês e inglês, 
e formou-se o novo Parlamento da Grã-Bretanha,   Com sede em Westminster, e a rainha 
Anne passou a ser Anne da Grã-Bretanha. Mas o passar dos anos não diluiu o forte 
sentimento de identidade nacional escocesa.

Em 1998, o governo britânico 
restabeleceu o Parlamento escocês,   Dois anos depois de ter devolvido 
a Edimburgo a simbólica pedra de   Scone. Essa pedra havia sido usada na 
coroação dos reis escoceses durante   A Idade Média e fará uma breve visita a 
Londres para a coroação do rei Charles 3°. E nacionalistas escoceses ainda 
defendem a realização de um novo   Plebiscito sobre a independência 
da nação. No plebiscito anterior,   Em 2014, a maioria votou por 
permanecer no Reino Unido. O argumento nacionalista é que a saída do 
Reino Unido da União Europeia, em 2020,   Mudou a situação do reino. 
E que, dentro da Escócia,   A grande maioria da população havia votado 
por permanecer dentro do bloco europeu. Ou seja, mais de 300 anos depois,   A permanência da Escócia dentro do 
Reino Unido continua sendo discutida. Hoje eu fico por aqui. Siga acompanhando nossos   Vídeos no YouTube, redes sociais e em 
bbcbrasil.com. Obrigado e até a próxima.

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