Colonos israelenses usam guerra em Gaza para tomar terras na Cisjordânia

Colonos israelenses usam guerra em Gaza para tomar terras na Cisjordânia

A equipe da BBC Eye passou meses 
investigando colonos israelenses   Que estão promovendo uma campanha de 
intimidação e assédio contra palestinos A investigação revela como uma organização que 
tem laços com o governo israelense tem apoiado   Colonos radicais, que ampliam 
sua presença na Cisjordânia   Uma família está sendo forçada 
a abandonar a própria casa   Em Hamra, área na Cisjordânia ocupada A família diz estar sendo ameaçada   Por um colono judeu Ayesha e Nabil Shtayyed estão agora morando na casa do filho Mohamed, a dez quilômetros de distância A pessoa que a família palestina acusa de liderar   Atos de violência contra eles 
é este colono, Moshe Sharvit Ele se tornou conhecido na área por 
suas ações agressivas contra palestinos  Moshe aparece em vários vídeos gravados 
por ativistas defensores do processo de paz Desde o início da guerra em Gaza, moradores 
locais dizem que Moshe tem forçado famílias,   Como a Shtayyed, a abandonar a região de Hamra. Mas Moshe tem uma explicação 
diferente para sua presença aqui. Ele é parte de um movimento, iniciado décadas 
atrás, para expandir o território israelense. Em 1967, depois de uma guerra 
com os vizinhos árabes,   Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza Pouco depois, israelenses começaram 
a estabelecer assentamentos nos   Territórios palestinos ocupados, alegando ter 
uma conexão histórica e religiosa com essa área Hoje, existem mais de 140 assentamentos 
urbanos na Cisjordânia – onde vivem mais   De meio milhão de colonos judeus, 
entre três milhões de palestinos Mas existem diferenças no caso 
da fazenda de Moshe Sharvit Ela é uma das fazendas chamadas 
de posto avançado para o pasto E dá aos colonos acesso a vastas áreas Isso tem levado a confrontos 
violentos com a comunidade palestina Avi Mizrahi é o ex-líder do Exército israelense na Cisjordânia A maioria dos assentamentos urbanos foi aprovada   Pelo governo de Israel e são 
legais sob a lei israelense Mas postos avançados, como 
a fazenda de Moshe Sharvit,   Não têm aval do governo. Portanto, 
são ilegais sob a lei de Israel Muitas estão sujeitas a ordens de demolição, 
mas essas ordens raramente acontecem de fato  A ONU considera tanto os 
assentamentos quanto os postos   Avançados como ilegais sob a lei internacional 

Antes, colonos ultranacionalistas estavam 
às margens da política israelense. Agora, porém, eles ocupam 
postos-chave no governo   De coalizão do premiê Benjamin Netanyahu A ascensão política dos ultranacionalistas   Incentivou colonos radicais que 
moram nos postos avançados Esses políticos têm como objetivo estabelecer 
novos postos avançados por toda a Cisjordânia,   Além de expandir os postos já existentes É o caso do posto de Havot Yair A reportagem da BBC soube de um evento 
organizado pelos colonos locais.   O evento foi descrito como 
uma escalada na montanha.   Mas os participantes levavam uma 
mensagem clara aos palestinos da cidade ao lado Havot Yair começou como um pequeno posto avançado, com poucas famílias Hoje, existem cerca de cem 
famílias israelenses morando ali   Os moradores esperam que, em algum momento, 
o governo israelense legalize Havot Yair,   Fazendo dele um assentamento oficial.
Pela primeira vez desde que foram   Forçados a abandonar sua casa, Ayesha e 
seu marido estão tentando regressar   Junto com eles estão ativistas 
pacifistas israelenses   Em pouco tempo, o Exército e a polícia israelenses chegam ao local  Eles ordenam que os palestinos e os 
pacifistas israelenses saiam dali Moshe Shavit é um dos colonos alvo de 
sanções do Reino Unido e, mais tarde,   Dos Estados Unidos e União Europeia, pela 
violência e assédio contra palestinos  Poucas semanas depois das sanções, uma equipe 
de filmagem foi até a fazenda de Moshe,   Gravar um dia de visitações do público Moshe fala abertamente sobre a estratégia  
por trás do seu posto avançado Uma organização crucial no apoio aos assentamentos  e a Organização Mundial Sionista, ou WZO. Ela existe há mais de um século e foi   Fundamental no estabelecimento 
do Estado de Israel, em 1948.   Um dos principais departamentos da WZO é a 
divisão de assentamentos, que se autodescreve   Como “um braço do Estado de Israel”. A divisão de assentamentos não publica detalhes  sobre acordos individuais com os colonos. Mas contratos obtidos pela organização Peace   Now ajuda a compreender esse processo. Os documentos mostram como a Divisão de   Assentamentos aloca grandes porções de 
terras de pasto e agricultura na Cisjordânia Mas os contratos proíbem qualquer 
tipo de construção de infrastrutura ali Uma das áreas mencionadas é 
a que visitamos: Hamra   O nome dele foi ocultado do documento. Então não 
dá para ter certeza que o contrato pertence a   Moshe, mas a data do contrato coincide 
com a data que ele se assentou ali  

A BBC também encontrou evidências de que 
a WZO alocou terras a outros dois colonos que   Criaram postos avançados ilegais Israel não publica dados oficiais 
sobre postos avançados ilegais  Mas a BBC analisou informações 
levantadas por organizações de   Controle e pela Autoridade Palestina. A reportagem verificou cada local   Usando imagens de satélite, posts de redes 
sociais e relatórios do governo israelense. De modo independente, a BBC verificou que 
quase 200 postos avançados ilegais foram   Criados nos últimos 30 anos. Quase a metade deles desde 2019. A Corte Internacional de Justiça, principal 
tribunal da ONU, determinou que todos os   Assentamentos na Cisjordânia são ilegais perante 
a lei internacional. Israel rejeita essa decisão. Depois de várias tentativas 
de contato com Moshe Shavit,   A reportagem decidiu visitar seu posto 
avançado, para questioná-lo diretamente. Mais de cinco meses depois de terem sido forçados 
a abandonar sua casa, Ayesha e Nabil tentam   Regressar mais uma vez.
Hoje, quem aparece   Para se encontrar com eles 
é David, o irmão de Moshe

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