As condições de vida dos moradores da Faixa de Gaza em 4 mapas

As condições de vida dos moradores da Faixa de Gaza em 4 mapas

A guerra entre Israel e o Hamas vem 
ganhando novas proporções e deixa um   Rastro de destruição sem precedentes 
dos dois lados da fronteira de Gaza. Mas essa é uma crise que se desenrola há décadas 
e, para quem não acompanha de perto, nem sempre é   Fácil entender como a situação chegou aonde está 
– com milhares de mortos e feridos, centenas de   Milhares de refugiados e perspectivas de duras 
batalhas e muito sofrimento – a longo prazo. Eu sou Ricardo Senra, reporter da BBC News Brasil,   E nesse vídeo eu vou te mostrar a 
situação na região a partir de 4 mapas. Primeiro, o que é e onde está a faixa de Gaza; Depois como funciona o 
fornecimento de energia na região; Em seguida, o sufocamento dos já escassos 
serviços de saúde da região após os bombardeios; Por fim, o retrato da educação na região. Vamos lá, primeiro, o que é 
e onde fica a faixa de Gaza Ela é literalmente uma faixa, um pedaço 
estreito de terra de aproximadamente 40 km de   Extensão por 10km de largura em média – uma área 
equivalente a um quarto da cidade de São Paulo. Ela fica cercada pelo mar 
Mediterrâneo, por Israel e pelo Egito. Com o fim do mandato britânico sobre 
a Palestina e a guerra que se seguiu à   Declaração de independência de Israel, em 
1948, a área ficou sob domínio do Egito. Mas em 1967, na Guerra dos Seis 
Dias, Israel capturou uma série   De territórios dos países árabes 
vizinhos, incluindo a Faixa de Gaza. Com o fracasso dos acordos de paz de Oslo, 
de 1993, que previam a autonomia palestina   Na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, e 
a frequente instabilidade na região,   Israel se retirou unilateralmente de Gaza 
em 2005 e retirou 9 mil colonos do local. O Hamás – grupo designado como terrorista 
por países como Estados Unidos,   Reino Unido e membros da União Europeia 
– passou a governar a área em 2007,   Quando expulsou forças ligadas à Autoridade 
Nacional Palestina que governavam a região. A Autoridade Nacional Palestina 
governa até hoje a Cisjordânia,   Outro território palestino localizado mais ao 
norte e sem conexão por terra com a Faixa de Gaza. Como a gente sabe, o Hamas lançou um ataque 
sem precedentes contra Israel no último dia 7   De outubro, matando pelo menos 1.300 pessoas 
e levando quase 200 como reféns para Gaza. Israel, por outro lado, vem promovendo 
bombardeios contra Gaza que mataram pelo   Menos 2.700 pessoas e resultaram no 
deslocamento de mais de um milhão de   Pessoas do norte para o sul de Gaza. Um dos pontos-chave na guerra agora é   O FORNECIMENTO DE ENERGIA EM 
GAZA, o nosso segundo Mapa. Como parte da sua resposta ao ataque do Hamas,  

O ministro da defesa de Israel ordenou um 
“cerco completo” a Gaza em 9 de outubro,   Dizendo o seguinte: “Não haverá eletricidade, nem 
alimentos, nem combustível, está tudo fechado”. Mais tarde, o ministro da Infraestrutura de Israel 
também cortou o abastecimento de água à Faixa. A medida agravou imediatamente 
a terrível situação humanitária   Em Gaza, onde 80% da população já 
precisava de ajuda internacional. A região comprava quase dois 
terços da sua energia de Israel,   Sendo o restante gerado pela Central 
Elétrica de Gaza (GPP). Mas essas duas   Fontes combinadas atendiam a menos 
da metade da demanda da região. Mesmo antes do conflito atual, cortes de energia 
aconteciam todos os dias em Gaza. A maioria   Das famílias tinha eletricidade por apenas 13 
horas por dia, em média, de acordo com a ONU. A única central elétrica de 
Gaza parou de funcionar depois   De ficar sem combustível no dia 11 de outubro,   Deixando os hospitais sobrecarregados 
cheios de feridos dependendo de geradores. Para enfrentar os apagões, comércios, 
prestadores de serviços e famílias   Recorrem a geradores. Mas esses aparelhos 
nem sempre são confiáveis porque dependem de   Combustível e porque sempre faltam peças, 
cuja importação é restrita por Israel,   Que considera que elas também podem 
ser utilizadas para fins militares. Alguns hospitais estão prestes 
a ficar sem nenhum combustível,   O que deve aprofundar ainda mais a 
catástrofe humanitária na região. Mais de 600 mil pessoas estão sem água potável 
desde que Israel decidiu cortar o abastecimento.   Para efeito de comparação, esse é o equivalente 
à população de uma capital como Aracajú. Usadas como alternativas, mesmo que precariamente,   As bombas de água locais também 
precisam de combustível para funcionar. Aqui a gente vem pro nosso terceiro mapa,   Que mostra os serviços de saúde do 
país, agora estrangulados pela guerra. As instalações de saúde pública de Gaza estão 
sobrecarregadas e são frequentemente afetadas   Por cortes de energia e escassez de 
suprimentos e equipamentos médicos. Muitos serviços e tratamentos especializados não   Estão disponíveis na região, mesmo 
antes da eclosão da última crise. A ONU diz que essa situação é resultado 
de bloqueios de Israel e do Egito à   Circulação de bens em Gaza, junto a uma queda nos 
investimentos em saúde pela Autoridade Palestina,   Sediada na Cisjordânia, e um conflito político 
interno entre a Autoridade Palestina e o Hamas. Os pacientes de Gaza que precisam de 
cuidados avançados de saúde normalmente   Precisam conseguir uma aprovação da 
autoridade palestina e depois de países  

Vizinhos para serem transportados 
para hospitais fora do enclave. De 2008 a 2022, mais de 70.000 ou um 
terço dos pedidos de autorização para   Transporte de pacientes foram adiados ou negados. Muitos pacientes morreram 
enquanto aguardavam uma resposta. Na crise atual, além dos bombardeios, 
os hospitais estão recebendo pacientes   De todas as idades afetados gravemente 
pela falta de água e comida na região. Aqui a gente chega ao nosso quarto e ultimo 
mapa, que aborda o sistema de educacao na regiao. Gaza tem uma das populações mais jovens do mundo, 
com quase 60% dos moradores com menos de 25 anos,   Segundo o Gabinete Central 
de Estatísticas Palestino. Mais de 80% dessa população vive 
em situação de pobreza em Gaza,   Onde os níveis de desemprego estão entre os 
mais elevados do mundo, atingindo 45% em 2022. O desemprego entre os mais jovens é ainda 
maior, com 73,9% das pessoas entre 19 e   29 anos que possuem diplomas de Ensino 
Médio ou universitário sem trabalho. De acordo com a Agência de Assistência aos 
Refugiados da Palestina da ONU, 71% das   278 escolas de Gaza funcionam em um sistema de 
"turnos duplos", com turmas de manhã e à tarde. Muitas crianças frequentam 
escolas geridas pela ONU. O tamanho médio das turmas era de 
cerca de 41 alunos em 2022. A taxa   De alfabetização das pessoas entre 
15 e 19 anos era de 98% em 2021. Muitas dessas escolas agora se 
tornaram locais de abrigo para   Milhares de pessoas que fogem do conflito.   É isso, esse foi um raio-x da situação 
em Gaza, antes e agora, durante a crise. Nós vamos continuar acompanhando os desdobramentos 
dessa história. Você pode acompanhar no nosso site   Bbcbrasil.com, nas redes sociais e aqui 
no YouTube. Obrigado e até a próxima.

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