As 3 grandes 'dores de cabeça' do ex-presidente Bolsonaro

As 3 grandes ‘dores de cabeça’ do ex-presidente Bolsonaro

Vivendo em uma espécie de autoexílio nos Estados 
Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro acompanha   De longe os crescentes reveses políticos 
e jurídicos que enfrenta no Brasil. Os problemas vão desde uma escalada nas suspeitas 
de envolvimento em tentativas de golpe de Estado,   Até a derrota de seu aliado na 
eleição para o comando do Senado,   Passando pela grave crise 
envolvendo o povo Yanomami. Eu sou Mariana Schreiber, repórter da BBC 
News Brasil, e te explico neste vídeo o   Que vem complicando o futuro de Bolsonaro 
desde que deixou o Palácio do Planalto. Vamos começar pelas suspeitas, que 
ganharam novos elementos nos últimos dias,   De envolvimento de Bolsonaro 
em movimentos que tentaram   Evitar a posse ou derrubar do cargo o 
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Recapitulando: Bolsonaro é acusado de ter 
estimulado os atos antidemocráticos de 8 de   Janeiro em Brasília, por ter promovido 
uma intensa campanha sem provas contra   O processo eleitoral brasileiro, por não ter 
reconhecido a vitória de Lula e pela conivência   Com os acampamentos em frente a quartéis 
pedindo um golpe militar após a eleição. O próprio Lula acusou seu antecessor de ter 
instigado a invasão. Bolsonaro reagiu. Pelo   Twitter, ele criticou a invasão e depredação de 
prédios públicos e disse: “Repudio as acusações,   Sem provas, a mim atribuídas por parte 
do atual chefe do executivo do Brasil”. Mas, dois dias depois, Bolsonaro 
compartilhou uma postagem de um   Procurador de Mato Grosso do Sul que dizia 
que Lula não tinha sido eleito pelo povo. O compartilhamento desse vídeo levou 
a Procuradoria Geral da República a   Pedir que o ex-presidente fosse investigado por 
possível envolvimento nos atos de 8 de janeiro. O ministro do STF Alexandre de Moraes 
então autorizou a inclusão de Bolsonaro no   Inquérito que apura a instigação e autoria 
intelectual da invasão dos três Poderes. Tem mais dois elementos que complicam 
a situação jurídica do ex-presidente. Um deles é a minuta de um decreto encontrada na 
casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça   De Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do 
Distrito Federal. O documento serviria para   Instaurar um estado de Defesa no Brasil 
e revisar o resultado da eleição de 2022. Anderson Torres, que no momento está 
preso, acusado de omissão diante da   Invasão dos três Poderes, disse em depoimento 
que não sabe quem é o autor da minuta e que   O documento era descartável. E a defesa de 
Bolsonaro afirmou ao TSE que esse documento,   Entre aspas, “nunca extravasou o plano da 
cogitação”, e por isso deve ser desconsiderado. Mas outro elemento novo que aumenta as suspeitas 
contra Bolsonaro é a acusação de um ex-aliado:   O senador Marcos Do Val disse 
ter sido coagido a participar   De uma tentativa de golpe de 
Estado contra a posse de Lula.

Inicialmente, Do Val disse que o próprio 
Bolsonaro, em uma reunião no dia 9 de dezembro,   O pediu para gravar Alexandre 
de Moraes, com objetivo de   Captar alguma fala comprometedora que 
servisse de pretexto para um golpe. Depois, Do Val mudou um pouco a versão e disse 
que, embora Bolsonaro estivesse presente no   Encontro, quem teria exposto o plano foi 
o então deputado federal Daniel Silveira. Alexandre de Moraes determinou 
uma investigação para apurar   As diferentes versões apresentadas pelo senador. Jair Bolsonaro até o momento não se pronunciou 
publicamente sobre as acusações. Já seu   Filho, o senador Flávio Bolsonaro, disse que a 
situação revelada por Do Val não seria crime. O que eu peço aqui obviamente é que 
todos os esclarecimentos sejam feitos Eu não digo nem abertura de 
inquérito porque a situação que foi  Narrada não configura nenhuma espécie de crime Mas que todos os esclarecimentos 
sejam feitos para que não fiquem   Narrativas em cima de narrativas 
no intuito de superar os fatos Além do desgaste político e da 
investigação criminal aberta   Contra Bolsonaro, as suspeitas sobre 
uma possível tentativa golpista do   Ex-presidente ainda podem lhe trazer 
consequências na Justiça Eleitoral. São 16 ações no Tribunal Superior Eleitoral que,   Em caso de condenação, podem deixar 
Bolsonaro inelegível por oito anos.   A gente preparou um vídeo sobre isso, 
vou deixar o link na descrição. A mais avançada dessas ações acusa 
Bolsonaro de ter cometido abuso de   Poder na reunião que realizou em julho com 
embaixadores para questionar, sem provas,   A segurança do sistema eleitoral brasileiro. No dia 16 de janeiro, o ministro do 
TSE Benedito Gonçalves autorizou que   Seja incluída nessa ação, como uma nova prova, a 
minuta encontrada na casa de Anderson Torres. Outra ação, movida pela coligação que elegeu Lula, 
acusa Bolsonaro e aliados de terem agido antes,   Durante e depois da eleição para 
deslegitimar o processo eleitoral,   Atentando contra o Estado 
Democrático de Direito. No dia 3 de fevereiro, os advogados da 
coligação de Lula apresentaram um pedido   Para que Bolsonaro seja intimado a depor 
sobre as acusações de Marcos do Val. Mas essas não são as únicas graves 
acusações enfrentadas por Bolsonaro.   Seu governo virou alvo de uma 
investigação no STF para apurar   Responsabilidades na séria crise 
humanitária que atinge os Yanomami. Segundo especialistas, o garimpo ilegal 
na terra yanomami provoca desmatamento  

E contaminação do meio ambiente 
por mercúrio, afetando a caça,   Pesca e agricultura indígena, além de 
favorecer a transmissão da malária. Enquanto imagens chocantes de crianças e adultos 
Yanomami esqueléticos correram o Brasil e o mundo,   A gestão Bolsonaro se tornou forte 
alvo de críticas devido ao apoio que o   Ex-presidente sempre manifestou 
ao garimpo em terras indígenas. Além disso, seu governo enfrenta acusações 
de omissão, diante dos alertas recebidos   Tanto de associações indígenas como da 
Corte Interamericana de Direitos Humanos,   Cobrando uma resposta do Brasil 
para proteger os yanomami ainda em julho de 2022. A investigação, determinada pelo ministro do STF, 
Luiz Roberto Barroso, vai apurar, entre aspas: "a possível participação de autoridades do 
governo Jair Bolsonaro na prática, em tese,   Dos crimes de genocídio, desobediência, 
quebra de segredo de justiça, e de delitos   Ambientais relacionados à vida, à saúde e à 
segurança de diversas comunidades indígenas." Outras duas denúncias estão em avaliação 
preliminar no Tribunal Penal Internacional,   Em Haia. Nelas, a Associação dos Povos 
Indígenas do Brasil e a Comissão Arns   Defendem que o ex-presidente cometeu crimes 
de genocídio durante a pandemia de covid-19   E na forma como ele lidou com a proteção 
dos indígenas nos últimos quatro anos. Bolsonaro classificou a denúncia sobre a 
crise yanomami como "farsa da esquerda" e   Disse que seu governo realizou 20 ações 
de saúde entre 2020 e 2022 que levaram   Atenção especializada aos territórios indígenas. Essas acusações, que se somam a outras 
investigações que podem passar para a   Primeira instância judicial, vieram junto com 
uma importante derrota política: o senador   Rogério Marinho, ex-ministro de Bolsonaro, perdeu 
a eleição para a presidência do Senado, apesar de   Uma mobilização que contou até com a presença 
física da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Quem venceu foi Rodrigo Pacheco,   Reeleito com forte apoio do governo 
Lula e com um placar confortável. O comando do Senado era visto pelo campo 
bolsonarista como fundamental para formar   Uma base forte de oposição, mas Lula acabou 
conseguindo garantir uma boa relação com o   Comando do Congresso. Isso porque apoiou 
tanto Pacheco no Senado como Arthur Lira,   Reeleito para a presidência da 
Câmara em votação histórica. Isso não será garantia de vida tranquila 
para o novo governo no Congresso,   Segundo parlamentares com quem conversei, 
mas certamente é um começo bem melhor para   Lula do que se Bolsonaro tivesse conseguido 
emplacar Marinho na presidência do Senado. É nesse cenário adverso que o ex-presidente 
optou por esticar sua estadia nos Estados Unidos,   Após ter dito que voltaria ainda em janeiro.

Em entrevista a um podcast no início de fevereiro,   Bolsonaro disse que pretende voltar 
ao Brasil em questão de semanas,   Sem especificar uma data, para fazer o que 
chamou de “oposição responsável” a Lula. Em meio a pressões de políticos 
democratas para que o governo de   Joe Biden deixe Bolsonaro sem visto e force 
sua deportação, o ex-presidente tenta obter   Um visto de turista que o autorizaria a 
permanecer alguns meses em solo americano. É isso pessoal. Obrigada pela 
audiência e até a próxima.

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *