Aquecimento global: 4 afirmações sobre as mudanças climáticas que a ciência desmentiu
As mudanças climáticas vêm sendo cada
vez mais sentidas no planeta. Mas nas Redes sociais você encontra um grande
número de posts negando participação dos Seres humanos nessas transformações ou
até mesmo que elas estejam acontecendo. Há anos, pesquisas demonstram que as
mudanças climáticas não são apenas Reais como vêm se incorporando ao nosso
dia a dia numa velocidade alarmante. São enchentes e incêndios em patamares
fora do normal e ondas de calor que levam, Por exemplo, as temperaturas na gelada
Sibéria para perto dos 40 graus Celsius. Mas os negacionistas continuam com muito
espaço e público. E, segundo especialistas, Informações imprecisas ou enganosas podem
atrasar ou impedir a solução do problema. Eu sou a Laís Alegretti, repórter da
BBC News Brasil, e nesse vídeo eu falo De 4 afirmações falsas sobre as mudanças
climáticas já desmascaradas pela ciência. Como chegamos à constatação de que a Terra vive um
processo de aquecimento desde o fim do século 19? Diferentes indicadores independentes mostram
que a temperatura média global vem subindo Desde o ano de 1850, uma elevação de 1,1
grau até os dias de hoje que aparece em Um padrão claro, quando se observa os
principais registros meteorológicos. O aquecimento se traduz em
consequências bem amplas: A água dos oceanos está se aquecendo
e o nível do mar vem subindo. Isso se reflete também na extinção de espécies de
animais e na ameaça ao abastecimento de alimentos, Já que as safras ficam incertas. É o caso da atual
crise do azeite de oliva, que a minha colega Thais Carrança abordou em um vídeo do nosso canal. A revolução industrial na Inglaterra no século 19 é apontada como um marco do processo de
aquecimento, com um aumento considerável Na emissão de gases do efeito estufa,
caso do dióxido de carbono e do metano. Em menos de 200 anos, a atividade
industrial humana causou um aumento De 50% na quantidade de CO2 na atmosfera. A estimativa é de que as concentrações médias De CO2 na atmosfera tenham ultrapassado as
400 partes por milhão. Antes da era industrial Esse indicador era de 228 partes por milhão. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, Os atuais níveis de dióxido de carbono
são comparados aos de uma era geológica Ocorrida há milhões de anos, o Plioceno. Martin Siegert, especialista em geofísica E mudanças climáticas do Imperial College de
Londres, diz que no Plioceno, ocorrido entre 5 E 3,5 milhões de anos atrás, além da quantidade
de CO2 semelhante na atmosfera, as temperaturas Eram 4 graus Celsius mais alta do que hoje e
o nível do oceano estava 20 metros mais alto. E já que estamos falando do passado da
Terra: um argumento muito falado é de que, Como o planeta já passou por períodos
tão ou mais quentes do que os atuais, Esse aquecimento é um processo
natural. Mas isso não significa
Que o aquecimento atual siga essa mesma lógica.
Desde que a Terra existe, há 4,6 bilhões de anos, O clima global passou por períodos
naturais de aquecimento ou resfriamento. A nossa espécie, homo sapiens, surgiu
há 350 mil anos mais ou menos. Sabemos Que ocorreram várias eras glaciais
muito antes da existência dos humanos. Nós já tivemos um período de 300 milhões de anos Seguidos de neve e gelo e também um
período de temperaturas bem elevadas, 34 milhões de anos atrás, quando até
crocodilos circulavam pelo Polo Norte. Entre os fatores de mudanças
naturais estão o aumento ou a Redução na atividade vulcânica e
na radiação solar, entre outras Causas de modificação do clima global. Uma dessas mudanças naturais ocorreu, Digamos, bem mais recentemente: o
intervalo entre os séculos 14 e 19. Os cientistas chamam esse período de “a
pequena era glacial”, quando os glaciares Das montanhas se expandiram devido a
um declínio global das temperaturas, Algo que provocou mudanças
sociais gigantescas no mundo. Mas como sabemos que dessa
vez as mudanças climáticas Têm como principal vetor a influência do homem? A ciência do clima envolve dados de oceanografia,
meteorologia, química, física e biologia. Os modelos conseguem, analisando padrões, Separar o que seria causa natural
e o que foi a mão da humanidade. E os dados mostram que a concentração do CO2
preso na atmosfera aumentou dramaticamente Nos últimos 150 anos, o período em que os
humanos começaram a queimar mais carvão, Petróleo e emitir gases com efeito de
estufa. Isso levou os especialistas A concluir que este padrão de aquecimento
global não poderia ter uma causa natural. De acordo com dados publicados pela Administração
Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, a temperatura da Terra aumentou, em
média, 0,08 grau Celsius por década, desde 1880 até o presente. E esse aumento é em grande
parte impulsionado pelas últimas quatro décadas. Os 10 anos mais quentes registrados ocorreram
todos desde 2010, sendo este ano de 2023 o mais Quente de todos. 2023 também é o primeiro
ano a subir cerca de 1,4 grau Celsius Acima dos níveis pré-revolução industrial,
segundo a Organização Meteorológica Mundial. Entre aqueles que questionam as mudanças
climáticas, existe a ideia de que o nível Do mar “permanece o mesmo”. Os principais
institutos científicos do mundo apontam Dados que desmentem essa ideia. A NASA, a agência espacial dos EUA, Monitora os níveis dos oceanos através de
medições de satélite desde 1993. Essas observações Demonstram que houve um aumento de mais de 100
milímetros no nível do mar desde aquele ano.
Em 2022, o nível médio do oceano
estava 101,2 milímetros acima do Nível médio de 1993, segundo a medição. E quando olhamos para os últimos 100 anos, Com base em registros anteriores,
o nível médio do mar já aponta para Uma elevação entre 160 e 210 milímetros. A causa apontada é o derretimento de geleiras E mantos de gelo que aumentaram o volume de
água nos oceanos. Além disso, a água tem a Propriedade de se expandir quando aquecida, o que
também afeta os níveis de inundação dos mares. Assim como o aumento das
temperaturas na superfície, A elevação do nível do mar também ocorre numa
velocidade rápida, fazendo com que as populações Costeiras fiquem vulneráveis a inundações. Um exemplo citado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos é
que as inundações da maré alta nos estados Costeiros americanos estão entre 300% e 900% mais
frequentes atualmente do que foram há 50 anos, O que também foi influenciado por mudanças da
Terra devido à erosão, bombeamento de petróleo e águas subterrâneas, e subsidência superficial.
Nas redes sociais, alguns posts falam que As mudanças climáticas são um “problema
dos países desenvolvidos”, ou que é uma “conspiração” dos países ricos para impedir o
crescimento das economias em desenvolvimento. De fato, as emissões de gases se originam
principalmente das nações mais ricas ou economias Industrializadas, caso dos Estados Unidos, da
China, do Reino Unido e outros países europeus. Mas a realidade é que se trata de um
problema global com consequências desiguais. Ou seja, as consequências climáticas estão
afetando mais os países em desenvolvimento, Os que menos contribuíram para criar esse cenário. Centros de investigação climática como a Nasa
alertaram que ondas de calor sem precedentes, Tanto em terra como nos oceanos, estão por trás
da maior frequência de incêndios florestais, Secas prolongadas ou inundações devido
a furacões e chuvas torrenciais. E o Fundo Monetário Internacional alertou
em 2022 que os países mais pobres enfrentam Maiores riscos e têm menos possibilidades
de adaptação às alterações climáticas. Portanto, cresceu a pressão para que
os países mais ricos financiem ações Que reduzam o impacto da sua atividade
industrial no ambiente ao mesmo tempo que Ajudam os países em desenvolvimento
a lidar com os danos já causados. Mas encarar a realidade de
frente é vital para todos nós É isso pessoal, fala nos comentários
se você tem encontrado desinformação Sobre as mudanças climáticas por aí nas
redes sociais e se você gostou do vídeo. Obrigado pela sua audiência e até a próxima