A renda de Jair Bolsonaro após saída da Presidência

A renda de Jair Bolsonaro após saída da Presidência

Pela primeira vez sem um cargo público em 
34 anos, Jair Bolsonaro deixa de receber   Salário como presidente, mas não vai 
ficar desemparado financeiramente.  Eu sou Luís Barrucho, da BBC News Brasil, 
e neste vídeo eu conto quanto Bolsonaro   Vai ganhar ao sair da Presidência.
Ao desocupar o Palácio Planalto,   Bolsonaro deixa de receber um salário 
bruto de R$ 30.934,70 por mês.  E não existe aposentadoria para 
ex-presidentes no Brasil. Mesmo assim,   Bolsonaro poderá ter uma renda mensal de mais 
de R$ 80 mil, além de uma série de benefícios.  Mas como? É o que eu explico agora.
Primeiro, Bolsonaro vai ter direito   A duas aposentadorias — a de capitão reformado do 
Exército, que já recebe, e a de deputado federal,   Pelo período em que ocupou uma cadeira na Câmara 
Federal, de 1991 a 2018. Antes, de 1989 a 1991,   Ele foi vereador no Rio de Janeiro.
A aposentadoria das Forças Armadas   Corresponde a R$ 11.945,49 brutos 
por mês, ou seja, sem descontos.  Já a pelo tempo de serviço como deputado federal, 
Bolsonaro vai receber R$ 30.265 brutos por mês,   Cerca de 90% do salário atual de senadores e 
deputados federais, que é de R$ 33.763 brutos.  Juntas, as duas aposentadorias 
somam cerca de R$ 42 mil brutos.  Outra fonte de renda: Bolsonaro também 
deverá receber um salário de seu partido,   O PL, do qual será presidente de honra.  Segundo integrantes do PL, a intenção do 
presidente do partido, Valdemar Costa Neto,   é pagar a Bolsonaro um salário equivalente ao 
teto constitucional do setor público, Que hoje está em R$ 39,2 mil – valores brutos. Somando os R$ 42 mil das aposentadorias e os R$ 39   Mil de salário do PL, chegamos aos R$ 80 
mil reais que eu falei no início do vídeo.  E o PL também vai custear o aluguel da casa onde 
Bolsonaro vai morar, assim como do escritório de   Onde ele vai despachar O que se sabe até agora é que Bolsonaro deve   Continuar morando em Brasília.
E tem mais.  Embora não exista aposentadoria para 
ex-presidentes, como eu adiantei no início do   Vídeo, todos têm direito a uma série de benefícios 
vitalícios, estabelecidos por uma lei de 1986.  Todas essas despesas são pagas pela Presidência 
da República e constam do Orçamento Federal.  Os benefícios que o ex-presidente tem pelo resto da vida são: Quatro servidores para segurança e apoio pessoal;
Dois veículos oficiais, com motoristas;  Assessoramento de mais dois servidores
Gastos com diárias de hotel, passagens  De avião, combustível e seguros;
Todos os funcionários podem   Ser escolhidos pelo ex-presidente.
Para ter uma ideia do que isso custa,  

Vamos ao quanto os ex-presidentes 
custaram aos cofres públicos em 2021.  Segundo o Portal da Transparência, Lula teve 
o maior gasto, R$ 1,1 milhão. Depois vem Dilma   Rousseff, com 1,08 milhão; Fernando Collor 
de Mello, com 1,06 milhão; Michel Temer,   Com 910 mil; José Sarney, com R$ 824 mil. Fernando 
Henrique Cardoso fecha a lista, com R$ 762 mil.  No total, foram R$ 5,8 milhões.
Esses benefícios são destinados   Exclusivamente a ex-presidentes e não são 
estendidos às suas famílias. Em caso de morte,   Tudo deixa de ser pago.
E ah, uma curiosidade aqui:  O Brasil já teve aposentadoria para 
ex-presidentes. Ela foi estabelecida   Durante a ditadura militar, na Constituição de 
1967. E foi extinta pela Constituição de 1988,   Já depois da volta à democracia.
Apesar das críticas, o Brasil não   é o único país do mundo que concede benefícios que 
muitos descrevem como "regalias" a ex-presidentes.  Nos Estados Unidos, eles ganham aposentadoria 
de US$ 220 mil por ano, ou quase R$ 2 milhões.   Também têm as despesas com viagens pagas, 
escritório próprio e serviço de correio   Personalizado. E recebem proteção feita pelo 
Serviço Secreto Americano e recebem relatórios   Da agência de inteligência, a CIA.
Já na França, além da aposentadoria,   Ex-presidentes têm apartamento mobiliado 
com dois empregados – que frequentemente   é utilizado como escritório–, dois 
policiais para proteção pessoal, carro   Oficial com dois motoristas e sete assessores.
Em 2019, em meio a protestos contra a reforma   Da Previdência, o atual presidente, Emmanuel 
Macron, decidiu renunciar à pensão vitalícia   De cerca de 6,3 mil euros brutos por mês, ou R$ 
35 mil, a que teria direito no fim do mandato.  Ele foi o primeiro presidente do 
país a abrir mão do benefício.  No Brasil, existem projetos de lei que tentam 
restringir os benefícios para ex-presidentes.  Um deles é do senador Lasier Martins 
(do Podemos do Rio Grande do Sul),   Que não conseguiu se se eleger 
deputado federal nas últimas eleições.  O texto, que segue em tramitação, prevê que os 
benefícios sejam concedidos por um prazo máximo   De 20 anos. E limita o número de funcionários 
a dois servidores, para apoio pessoal,   E a um veículo oficial com dois motoristas.
O projeto também visa impedir que os benefícios   Sejam concedidos a ex-presidente que tenha 
sido "condenado por improbidade administrativa,   Em decisão transitada em julgado", "perdido 
o cargo por condenação decorrente da prática   De crime comum ou de responsabilidade", "sido 
condenado por infração penal cuja prática implique   Inelegibilidade ou pena privativa de liberdade, 
a partir do início do cumprimento da pena" ou   "esteja no exercício de mandato eletivo federal".
Hoje, a ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo,   Tem, por lei, direito aos benefícios 
concedidos a ex-presidentes, apesar de   Ter sofrido impeachment, em 2016.
Com isso, eu fico por aqui. 

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Obrigado pela audiência e até a próxima.

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