A onda republicana menor que a esperada nas eleições americanas

Muitos esperavam uma onda vermelha, Que nos Estados Unidos é a cor dos republicanos, O partido de Donald Trump, nas eleições Para o Congresso e para governador em alguns Estados Mas não foi bem assim Vamos direto a uma primeira surpresa A vitória do candidato democrata da Pensilvânia Ao Senado, John Fetterman Essa era uma cadeira que desde 1962 os democratas Não conseguiam conquistar Uma vitória então bastante comemorada pelo partido, Especialmente pelo fato de que o candidato republicano derrotado Era um médico-celebridade de TV e apoiado por Donald Trump E tem mais. Fetterman, o candidato democrata que venceu, Teve um AVC no meio da campanha que afetou sua capacidade de fala, Mais um elemento que tornou essa vitória simbólica E por conta dela, a disputa pelo controle do Senado continua E só deve ser decidida quando concluída a eleição no único estado Americano que vai ter segundo turno, a Geórgia E se você acha que não tem mais nada peculiar Na corrida na Pensilvânia, John Fetterman é casado Com uma brasileira A carioca Gisele Barreto Fetterman e a família imigraram ilegalmente Para os Estados Unidos em 1990 Ela conheceu John Fetterman depois de escrever uma carta Para o então prefeito de Braddock, discutindo como revitalizar o distrito Outro traço particular vem do estilo incomum do político democrata, Tatuado e adepto
das bermudas e moletons Segundo destaque, e vale aqui uma pequena explicação Nos Estados Unidos, os mandatos de deputado duram dois anos, Metade do tempo do Brasil De senador, 6 anos Na prática, a cada dois anos tem uma nova eleição Para renovar toda a Câmara dos Deputados

A eleição presidencial coincide com uma dessas ondas e, no meio Do mandato presidencial, ou seja, dois anos depois, Acontece uma nova leva de renovações Por isso o termo "midterm elections", eleições do meio do mandato O que é importante ter em mente aqui é que, com frequência, A oposição ganha controle do Congresso Nessas "midterm elections" Seria resultado de um movimento normal de um partido ganhar A Presidência do país e dois anos depois, A insatisfação latente com quem está no poder Se transforma nas urnas em vitória da oposição Não é novidade para ninguém que o democrata Joe Biden Está longe de ser um dos presidentes mais populares Que os Estados Unidos já tiveram Então, era amplamente esperado que os republicanos Reconquistassem com folga a maioria Da Câmara dos Deputados, e também o Senado Ainda não temos o resultado final, tem lugar ainda contando voto, Mas já se sabe que os republicanos não tiveram a vitória decisiva Que era prevista Na Câmara, projeções indicam uma pequena maioria republicana No Senado, é possível que a disputa só seja definida em dezembro No único estado que terá segundo turno para senador, A Geórgia Isso significa que o partido de Joe Biden não está Tão enfraquecido assim e que o Partido Republicano, Que tem em Trump um possível candidato em 2024, Não está tão forte como se esperava Terceiro destaque. Esse resultado é visto Como uma derrota relativa de Trump Por quê? Porque nesses dois anos em que ele está fora da Presidência, ele reforçou O controle sobre o partido republicano Por exemplo, emplacando candidatos aliados,

Que acabaram com resultados Inferiores ao esperado nas urnas É o grupo que está sendo chamado de republicanos MAGA, Em referência ao slogan de Trump "Make America Great Again", Algo como "Faça a América Grande de Novo" Representam uma ala que, por exemplo, repete denúncias Sem prova de Trump de que houve fraude nas eleições presidenciais Quarto destaque, que não chegou a ser uma grande surpresa, A reeleição para governador do republicano Ron DeSantis na Flórida Ele vem sendo chamado de Trump 2.0 E considerado um possível candidato republicano à Presidência em 2024 Esse possível movimento o colocou na mira de Trump, Que declarou que DeSantis estaria cometendo um erro Ao se candidatar à Casa Branca Pouco antes da esperada vitória de DeSantis, Trump disse à emissora Fox News: "Não sei se ele vai se apresentar como candidato Acho que, se ele concorrer, pode se prejudicar muito Eu realmente acho que ele pode se prejudicar muito Não acho que seja bom para o partido” DeSantis expressa visões bastante exploradas por Trump, Como a defesa de políticas contra imigração, E ganhou projeção nacional com sua oposição Aos controles impostos durante a pandemia de covid-19 Além disso, tem fortes opiniões em temas como gênero e aborto, Que parecem ter tido eco no eleitorado Quinto destaque: Miami virou vermelha, Lembrando aqui que vermelho nada tem nada a ver com o PT ou com a esquerda Vermelho é a cor republicana, e o que vimos foi um condado (Miami Dade), Que tradicionalmente era o reduto democrata Dentro de uma Flórida republicana, votar nos republicanos A maioria dos eleitores de Miami votou na reeleição Do republicano Ron DeSantis para governador,

Na reeleição do republicano Marco Rubio para o senado E na reeleição da candidata republicana de origem cubana Maria Elvira Salazar como deputada E isso é uma péssima notícia para os democratas 70% da população do condado de Miami tem origem na América Latina Desse total, mais ou menos metade é de origem cubana Tradicionalmente, cubanos mais velhos votavam nos republicanos, Mas democratas ganhavam nos outros grupos Há décadas, se dava como certo que eleitores americanos De origem latina se inclinavam para o lado democrata E à medida que crescia a população latina do país, Democratas confiavam nesse grupo de eleitores Como uma espécie de garantia de apoio futuro Ao partido em nível nacional Os resultados dessa eleição em Miami Acendem um sinal de alerta para os democratas Com isso eu fico por aqui, siga acompanhando nossa cobertura De assuntos internacionais aqui no YouTube, Nas redes sociais e em bbcbrasil.com Obrigada e até a próxima!