A jornada SECRETA dos seus ARQUIVOS na NUVEM
Hoje você vai conhecer o caminho secreto
que seus dados fazem pela internet. Nesse vídeo, a gente vai investigar em detalhes
como é que os seus dados atravessam um mundo Inteiro na hora que você usa a internet. E é lógico
que quando o assunto é tecnologia de ponta quem Está com a gente sempre é a Petrobras, que é líder
em tecnologia e inovação no Brasil. E esse aqui é mais um episódio da nossa série SuperTech, em que
a gente mergulha fundo em alguma super tecnologia Que vai mudar o mundo. Para começo de conversa, o que
é exatamente a internet? Ela é uma rede gigante de computadores, são bilhões de computadores e outros dispositivos que estão interconectados. Então, quando você digita o nome de um site e dá enter no seu computador, essa informação ela vai viajando de computador Em computador, de roteador em roteador,
por cabos e tal até chegar no computador em Que a informação que você pediu está guardada. E dali,
essa informação volta até você fazendo um caminho parecido Com o de ida. A gente não para muito para pra pensar nisso, mas cada e-mail, cada mensagem, cada jogo que você acessa Está guardado em um computador em
algum lugar do mundo, um computador de verdade mesmo. Então, vamos começar a brincadeira agora.
Vamos seguir a informação. Eu vou tentar acessar o site da NASA aqui e a gente consegue descobrir por onde esse meu pedido de acesso ao site Está passando, porque eu tenho que mandar uma mensagem
na internet: "ô, NASA, quero ver seu site". E aí, essa informação vai navegando até chegar nos servidores da NASA e depois volta para mim. Então, tem um comando que a gente dá aqui no computador que eu escrevo "tracert", e ele vai dando IPs. Os IPs são como um RG dos computadores em que a informação está
passando. Vou fazer isso agora. Tracert nasa.org. Eu não estou fazendo nada hacker aqui, tá? Qualquer pessoa
pode usar esse comando, não tem problema nenhum. Olha que legal. Já tem o primeiro IP aqui, aí eu vou
num site que ele consegue dizer de qual cidade é aquele IP. São Paulo, Brasil. Meio óbvio, né? É Onde eu estou
nesse momento agora. Então, vamos colocar no mapa. Que caminho doido. Vocês não vão acreditar! Eu vou pegar todas
as cidades, depois a gente coloca tudo. A informação saiu de São Paulo, viajou até Madri, na
Espanha, depois voltou para América, numa cidade que Chama Broomfield, nos Estados Unidos, até chegar
no servidor em que está hospedado o site da NASA em Windsor, no Canadá. Passou por quatro países
diferentes e, no fim, a Agência Espacial dos Estados Unidos fica hospedada no Canadá. Agora, eu quero ver a JAXA, a Agência Espacial Japonesa. Agora, o passeio foi maior. Saímos de São Paulo fomos até Madri de novo, aí a gente volta para Miami, nos Estados Unidos, passa por Dallas e
Los Angeles e, aí uma coisa interessante, de Los Angeles até o Japão é mais fácil ir pelo Oceano
Pacífico. Mas, então, a gente vai ter que dar uma Saída no mapa e voltar pelo outro lado até Osaka,
no Japão.
Vamos ver a Agência Espacial Europeia. ESA.it Esse caminho pra Madri está ficando manjado, hein? Mais uma
vez Madri, Montreal, no Canadá, e aí vai pra Paris, Onde deve estar o servidor da Agência Espacial Europeia. Agência Espacial Chinesa. cnsa.gov.cn São Paulo, Madri, para variar,
Pequim. Não dá para deixar de fora a Agência Russa, né? São Paulo, Madri, Moscou. Nosso mapa ficou chique no último, né? Agora, passa um monte de coisa pela Espanha. Por que vai para Madri, volta para América, vai para a Europa de novo? Depois o site da NASA é no Canadá. Qual que é a lógica dessas coisas? Primeira coisa que a gente tem que pensar é o que que está carregando esses dados entre os países? Será que essa conexão podia ser feita via rádio? Até poderia, mas tem um detalhe que atrapalha bastante. A Terra é redonda. Pra uma comunicação via rádio funcionar de um jeito legal, pegar bem mesmo, uma antena tem que estar vendo a outra, Tem que ter um caminho direto entre uma e outra. A gente consegue até refletir as ondas de rádio na atmosfera, mas não é o ideal Quando a gente tá pensando por um
uso pesado como da internet. Então, agora, imagina que tamanho de antena você precisaria colocar no Brasil para que você pudesse ter uma linha reta Até a Espanha? Olha, eu estou com um alfinete na mão aqui que ele teria 1.000 km de comprimento mais ou menos se fosse uma antena. Mesmo a gente espetando
aqui em São Paulo, você não tem visão até a Espanha. A solução para transportar esses dados é um pouco
mais "roots" do que a gente normalmente imagina. Eles passam por cabos submarinos, cabos que atravessam
debaixo do mar de um continente para o outro. E tem um monte. E mais, esses cabos não são elétricos,
não é um cobre que passa por lá, não. É fibra ótica, é luz que está passando por dentro desse cabo. E com isso, a gente consegue ser muito mais rápido do que se fosse um fio de cobre. O fio comum esquenta, ele tem interferência eletromagnética. Significa que se você passar um ímã perto dele, por exemplo, Ou cai um raio perto, vai atrapalhar a comunicação. Aqui, não. Se você for acessar Agência Espacial Japonesa, Em um segundo você está do outro lado do mundo. Eu vou confessar que para mim, que gosta muito de submarino, essa ideia de ter cabos passando pelo fundo do oceano é muito louca. E eu sempre imaginei que eram cabos gigantescos, super resistentes. Mas nem é muito assim. Quando ele está lá no fundo do oceano mesmo, ele é fininho, tem tipo dois ou três centímetros de diâmetro. Ele só vai ficar grosso perto da costa, porque aí tem problema de onda, vento e tudo mais. Precisa de proteção. Outra coisa muito louca é que a gente já usa esse tipo de cabo há muito tempo.
O primeiro cabo submarino internacional do Brasil foi inaugurado em 1874 para fazer uma comunicação via Telégrafo Entre o Brasil e Portugal. Se você ainda não deu joinha nesse vídeo valia por essa informação, hein? Outra coisa muito legal que eu acho do cabo de fibra ótica é que aqui dentro acontece um fenômeno físico Que se chama reflexão total. Esses cabos são feitos de vidro, não esses daqui. Esses daqui são de plástico mesmo, é só de brinquedo. Mas os que passam debaixo do oceano são feitos de vidro, e a divisa do vidro com ar ou com o próprio cabo, serve de espelho. Isso quer dizer que a luz dentro do cabo ela não faz curva, ela fica zigue-zagueando, batendo no espelho de um lado, Batendo no espelho do outro até chegar
na outra ponta. E aí, tem uma experiência muito legal para você fazer, que a gente já fez aqui no Manual do Mundo, Que é colocar um canudinho embaixo de uma garrafa PET, colocar água e jogar o laser lá dentro. Você vai ver esse fenômeno acontecendo na água que sai pelo canudinho. É bonito para caramba, vale a pena fazer em casa. Se você quiser ver um mapa muito legal desses cabos, tem um site que mostra tudo. É submarinecablemap.com, Ele é assim e aqui você consegue clicar em cada cabo e
ver quando ele foi instalado, qual é o comprimento dele… Esse aqui, por exemplo, ligando os Estados
Unidos à Europa tem 7 mil km. E aqui, olhando esse mapa, tem uma coisa muito interessante que
é um cabo que liga o Brasil à Espanha. Ele passa aqui primeiro em Portugal, pensando só no trecho
de água mesmo, ele sai de Fortaleza, Tem 6.200 Km por baixo da água, chega até Portugal, depois vai até a Espanha e foi inaugurado em 2021. É um cabo novinho, novinho. E é muito provável que seja por ele que estejam passando todas as comunicações que a gente fez hoje aqui. E é lógico, se a gente está falando de oceano, tem Petrobras. Eles usam cabos submarinos para caramba nas plataformas. Para garantir a integração e a comunicação entre todos os processos, sistemas e robôs, eles têm cabos submarinos De altíssima potência para ligar as plataformas ao centro de operações integradas. É uma tecnologia muito parruda para que tudo funcione com muita segurança para as pessoas e para o meio ambiente. Pensando no nosso mapa aqui, ainda tem umas coisas estranhas, né? NASA no Canadá? Dependendo do jeito que você acessa, a Agência Espacial Europeia, ESA, cai São Francisco, aqui na Califórnia. Lugares esquisitos, né? Isso acontece porque, na grande maioria das vezes, os sites não ficam num computador ali dentro da sede da empresa. Eles ficam em servidores, em computadores muito
parrudos dentro de data centers, que são lugares Imensos, lotados de servidores, que abrigam milhares
de sites. E aí, não importa de que país você é, Aqui no Brasil, a gente pode contratar o serviço de um
data center que fica no Canadá sem problema nenhum. Os sites podem estar espalhados por vários datas centers diferentes. Inclusive, isso é muito legal
Porque dependendo da região que você acessar
esse site, você vai acessar um servidor que está Mais perto de você, e a conexão fica mais rápida.
Isso significa também que se um servidor falhar Em um data center, você consegue acessar por outro
servidor que está em outro lugar diferente. E tudo isso que eu estou falando é o princípio da computação
em nuvem. Se você nunca ouviu falar disso, significa que esses dados eles não estão em um computador definido, Que a gente sabe exatamente onde ele está, não. E os dados estão espalhados por vários datas centers pelo mundo, e a gente nem sabe exatamente onde as coisas estão. Você consegue acessar isso de qualquer lugar, as informações viajam através do mundo como se houvesse uma nuvem De informações mesmo. Então, com tudo isso, você deve imaginar como é importante um lugar desse, Um data center que reúne informações que não acaba mais, vários backups do mundo inteiro. Isso tem que ficar num lugar muito bem protegido, um lugar pouco acessível e de preferência um lugar frio Para facilitar a refrigeração, porque essa montanha de computadores esquenta pra caramba. Então, só para vocês terem uma ideia, a Microsoft, por exemplo, tem um data center que fica debaixo d'água na Escócia. O Facebook tem um que fica perto do Círculo Polar Ártico, no norte da Suécia. Tem um que chama Swiss Fort Knox, ele fica nos Alpes Suíços instalado dentro do antigo bunker, Que foi construído durante a Guerra Fria. E o maior data center da Europa fica em uma mina 150 metros debaixo da terra. É uma estrutura de seis andares que usa um rio subterrâneo para refrigerar os computadores. Então, agora, sim, a gente olha esse mapa e começa a ter um pouco mais de noção do que está rolando aqui. Não é mais uma coisa tão esquisita. Mas espera aí. Espera um pouco que eu sei que do outro lado dessa telinha tem algumas pessoas que me dão muito orgulho e que vão Perguntar: "ué, mas a gente poderia resolver todo esse problemão com satélite em vez de colocar cabo debaixo do mar?" Satélites são muito legais, mas eles são muito caros.
Se você for pensar que a gente já tinha cabos submarinos há mais De 100 anos… poxa, é uma tecnologia
que a gente já domina muito e que é relativamente mais fácil Do que lançar satélite. Tem vários outros probleminhas, por exemplo, se tiver uma tempestade pode ser que comunicação com satélite, Ou se você tiver um equipamento que quebra lá em cima, você não tem como consertar. Mas tem mais uma questão que eu preciso pegar o globo para explicar. Em geral, os satélites de comunicação eles
estão sincronizados com a rotação da Terra. O que significa isso? Que pra gente ter um satélite que atende o Brasil, o satélite tem que girar junto da Terra Para estar sempre em cima, sempre apontando, sempre enxergando o Brasil. Para isso acontecer, ele tem que estar numa altitude muito específica, que é de mais ou menos 36.000 km, E isso causa um atraso na comunicação mesmo que a gente saiba que tá tudo acontecendo na velocidade da luz,
Quando a gente está trocando informação muito rápida, tipo num jogo, por exemplo, que você manda informação pro servidor, Ele te devolve e vai, vai, vai… Isso começa a
dar um monte de atrasinhos que, no fim das contas, Deixa o negócio meio inviável. Nesse caso,
a solução que parece óbvia, é você colocar satélites mais perto, né? Um satélite da altura da Estação Espacial Internacional, lá nos 400 500 km de altitude, isso é muito mais perto. Aí a gente tem algumas desvantagens. A primeira é que o satélite não enxerga mais o Brasil inteiro. Ele vai
enxergar uma área muito pequenininha ali, Porque ele está muito próximo. A segunda é que ele não consegue mais ficar em sincronia com a Terra. Ele tem que girar mais rápido do que o planeta E, se ele estiver enxergando São Paulo, por exemplo, dali a poucos minutos, ele já passou. Então, não dá para ele ficar em cima do lugar o tempo todo. Mas, apesar de tudo isso, a gente está usando, sim, satélites para trocar Dados de Internet. São chamados satélites de orbita baixa. Você já deve ter ouvido falar, por exemplo, da Starlink, Que é uma empresa que está lançando um monte de satélites para conseguir levar a internet para todos os lugares do mundo. A questão é que aí, como você não consegue enxergar uma área muito grande, você precisa de um monte de satélites, Centenas ou até milhares de satélites orbitando a Terra. Você vai ter uma constelação de satélites que se comunicam entre si Para conseguir dar conta de levar a internet onde os cabos não chegam. Pra fechar com chave de ouro, então, vamos botar nesse
mapa um satélite geoestacionário, que fica 36.000 km de distância. E eu vou colocar em escala, Com a distância equivalente mesmo. Você vai ver como é longe. Esse aqui seria o perímetro do planeta
Terra, o comprimento da linha do Equador. Vamos pegar uma pessoa que está no
interior de Altamira, no Pará, o maior Município brasileiro, e quer se comunicar com
São Paulo. A informação sai de lá, vai até o satélite… é tão longe que o pedaço de lã que eu escolhi não deu, tem que emendar aqui. A questão não é só a ida. A informação tem que ir
até o satélite e, depois, voltar. Então, no total, ela vai andar pelo menos 72 mil quilômetros. É bem diferente do que a gente está vendo aqui. Só para você ter uma ideia, um satélite de órbita baixa estaria proporcionalmente aqui a uns 3 cm de distância. Meu, não perde o nosso próximo episódio
da série SuperTech que está ficando muito legal. Se você ainda não assistiu os dois primeiros
episódios dessa série, Vale a pena você dar uma olhadinha. A gente mostrou direitinho como
é que funciona o 5G E como a inteligência artificial é capaz de aprender a fazer uma
imagem de uma pessoa. Patrocínio da Petrobras.