MEDICINA e EDUCAÇÃO FÍSICA: o corpo é uma máquina! #VocêPodeSer Ep. 8

MEDICINA e EDUCAÇÃO FÍSICA: o corpo é uma máquina! #VocêPodeSer Ep. 8

Esse paraquedas é uma maneira 
de segurar mais a sua tração na corrida. Médico costuma ser 
um péssimo paciente. O papo de hoje é sobre bem-estar social, físico e psicológico. Quem trabalha com isso, procura gerar saúde, proteção e cuidados pessoais. Foi uma decisão difícil, mas a gente escolheu falar sobre medicina e educação física. Vai dizer que você não sabe o que um médico faz? É óbvio, eles cuidam da gente quando a gente tá doente. É isso, mas não é só isso. Os médicos, além de estarem prontos para cuidar de qualquer um no momento mais emergencial, Investigam o corpo humano e as doenças. Isso porque eles são profissionais que 
precisam prevenir além de tratar. O corpo humano é um material de estudo deles e, vamos combinar, 
que o corpo não é uma máquina muito simples. Por isso, nessa carreira, as especializações são fundamentais. Além da formação comum que todos os médicos têm, cada área segue com estudos mais especializados. Então, para ter um bom desempenho, os médicos precisam estar sempre bem informados, Participando de congressos, trocando experiências… E não é só na saúde de cada pessoa que os médicos 
ficam de olho, A gente vive em sociedade e a gente aprendeu recentemente com a pandemia do Coronavírus Que boa parte da saúde é uma questão coletiva. Por isso, além de tratar diretamente os pacientes, os médicos estão próximos de programas e políticas públicas Que cuidam da população como 
um todo. Se existe gente que tá pensando na nossa saúde e a gente nem sabe, Por outro lado, a gente também pode fazer exercício para deixar a nossa mente e o nosso corpo mais saudável. Mas, ó, eu falo que não é uma boa ideia sair fazendo exercício aí sem orientação de profissional, viu? Até porque os educadores físicos estudam muito para criar uma rotina de exercícios para cada pessoa, De cada idade, de cada tipo de corpo. O que você tá fazendo nessa semana? A semana começou ontem, eu tinha duas cirurgias de hospitais diferentes, Então, eu comecei na verdade às 6 da manhã, fui fazer uma cirurgia bariátrica num paciente de 182 kg. E aí, eu fiz essa cirurgia, corri para outro hospital, Fui fazer uma cirurgia de vesícula. E aí, terminei essa cirurgia de vesícula, almocei rápido porque já tava no fim da manhã E aí direto para o consultório que é basicamente o que eu faço todos os dias, Que é eu faço cirurgia no período 
da manhã e eu faço consultório no período da tarde.

É uma semana sempre de muito planejamento, né? Sempre eu tô trabalhando uma semana antes ou duas semanas antes para a semana de planejamento do aluno. Seu trabalho é mais rotineiro ou cada dia é uma coisa completamente diferente? Eu diria que 50% de cada assim porque existem os alunos fixos na rotina, Eu trabalho em 
escola também com atividade física, Então tem os horários específicos. Mas, normalmente, eu tenho 
uma agenda flexível, Então, quando eu tenho uma agenda flexível, em alguns horários livres a gente consegue colocar postagens na rede social, Explicar ou ir fazer alguma palestra ou alguma coisa assim. O problema é justamente porque, como eu sou cirurgião, às vezes eu tenho cirurgia de urgência. Então, por exemplo, hoje estava correndo o dia basicamente dessa forma. Eu operei cedinho, eu comecei às 5h hoje porque eu tinha um consultório um pouco mais cedo. Só que aí passou comigo uma 
paciente que tava em crise de vesícula E, aí, eu tive que botar a cirurgia dela agora para o fim da tarde. Então, na verdade, teve o consultório, tô fazendo entrevista para ir direto para cirurgia. Queria que você falasse um pouco da sua formação acadêmica. Onde é que você estudou? Como é que você fez especialização? Eu, na verdade, fiz faculdade no Rio de Janeiro, em Teresópolis. Já na faculdade, eu gostava muito de cirurgia, Então, logo no início, acho que no segundo período, é no fim do primeiro ano, eu tive aula com cirurgião pediátrico E que era de no meio da aula de anatomia, eu conversei com ele, perguntei se podia acompanhar. E aí, acabava que eu acaba filando aula nas terças-feiras 
para acompanhar ele nas cirurgias. E isso foi a faculdade inteira e meu gosto para cirurgia foi aumentando, aumentando. Aí eu vim fazer residência em São Paulo, mas eu já sabia que eu precisava me especializar um pouco mais em determinadas áreas. Então, eu fui fazer uma sub especialização em 
cirurgia minimamente invasiva, em cirurgia robótica. Cirurgia robótica em 2010 tava começando. Eu fiz educação física na PUC e depois você faz uma você vai meio que seguindo que você gosta, né? Então, eu fiz uma especialização em treinamento desportivo, eu fiz uma especialização em desenvolvimento motor E lesões do esporte. Na faculdade, mesmo, né, esses seis primeiros anos, Você tem uma formação mais teórica ou já coloca bastante a mão na massa? É muito teórico esses primeiros dois anos, que a gente chama do currículo básico em si, Que é bioquímica, biofísica, anatomia, histologia, é ler muito, é cansativo. Então, tem muita gente que às vezes espera essa parte prática logo de início

E, quando ele vai ver, acaba abandonando o curso porque é basicamente decoreba o tempo inteiro. Eu lembro que na minha faculdade, a gente ainda tinha a parte de anatomia em cadáver. Então, já no primeiro período você já tinha se contato com o corpo humano, com o cadáver, de você dissecar tudo isso. Então, já era uma coisa boa, mas você começa a ter contato realmente com paciente bem mas para frente, Lá depois do quarto ano mais ou menos. Na minha época, tinha muita teoria. Hoje em dia, quando me chamam para dar alguma palestra em alguma universidade, alguma faculdade, Eu já vejo que tá 50 a 50 assim. Para sua profissão, precisa de uma habilidade especial ou uma característica pessoal específica? Eu sempre falo que fazer esporte não é dar aula de esporte, ou de educação física, ou de atividade física em si. São coisas diferentes porque você precisa ensinar. Talvez você já é bom em certas 
coisinhas, mas eu acho que é grande desenvolver. Eu acho que você precisa ver muito, principalmente, para ser cirurgião. Nossa, mas você tem vocação para isso. Com certeza, você já ouviu falar isso, talvez não para você, mas para alguém que você conhece. A palavra vocação é bastante antiga, Ela vem do verbo em latim vocare, Que significa chamar. Então, lá no começo, ela era usada em ambientes religiosos Quando acreditavam que 
algumas pessoas deveriam seguir um chamado Para cumprir uma missão. Então, elas teriam o seu destino 
definido por esse chamamento. Algum tempo depois, a vocação foi relacionada com habilidades que eram supostamente naturais, Que traziam a ideia de predisposição para algumas áreas profissionais. Na área da saúde, é muito comum as pessoas escutarem que tem uma vocação, Talvez porque se preocupem 
em cuidar das outras pessoas. Mas quando a gente vai fazer uma escolha profissional, é importante pensar o quanto a gente gostaria de transformar um interesse, uma qualidade, uma habilidade Em uma atividade profissional. Fora isso, a atuação profissional é uma relação de trabalho. O esforço das pessoas precisa render um retorno financeiro. Entender a profissão como uma missão estraga essa 
relação E coloca muitas vezes o profissional em condições ruins de trabalho, Já que ele precisa se encaixar em qualquer condição para cumprir sua missão pessoal.

Então, não. Não existe nenhuma vocação que 
determina o seu futuro. No começo, quais são as dificuldades? A questão de tempo, principalmente. Você trabalha muito. Na residência, você trabalha demais. E aí, você tem esses dois, você precisa trabalhar para aprender e você precisa trabalhar para ganhar dinheiro. A faculdade ela não te completa como um profissional da área da atividade física. Ela te dá determinadas linhas ali, mas você não se aprofunda. Então, você ia dar uma aula particular, uma aula em escola, você não sabia controlar tempo. Aluno também que ia fazer determinados exercícios que você ultrapassava E no dia após, o cara tava todo dolorido. Toda cirurgiam antes de começar a cirurgia, a 
gente precisa fazer uma coisa que a gente chama   De escovação. Então, a gente pega na verdade essa 
esponjinha que tem um sabonete específico, Que a gente chama de clorexidina, E a gente vai escovar 
toda a região da mão e do antebraço Justamente para poder estar, praticamente, em assepsia 
para ir fazer o procedimento cirúrgico. Aqui o quadril, movimentou para um lado e 
para o outro. Segura e vai até onde você acha que consegue. Esse paraquedas é uma 
maneira de segurar mais a sua tração na corrida. Vocês já sabem que não existe pergunta boba, né? Então, vou fazer as perguntas que vocês mandaram para gente. Quanto tempo dura o curso 
e depois como é que funciona para escolher as especialidades? Quanto tempo demora? O curso medicina dura seis anos. Esso é basicamente só a medicina. A partir do momento que você passa, termina o curso de medicina, você precisa definir a residência. O que a grande maioria das pessoas faz, que é justamente 
essa especialização. Demora mais, basicamente, aí pode pôr de 6 anos de faculdade mais quatro a seis de residência e especialização. Quanto tempo demora para o médico se acostumar a mexer com sangue, com órgãos internos? A partir do momento que você entra na faculdade, você já começa, Na minha eu tive essa possibilidade de ter contato com cadáver. Então, no início você fica meio ansioso e, depois, se acostuma. É verdade que tem muita biologia no curso e até a aula de anatomia com cadáveres?

Tem bastante aula de anatomia com cadáveres no primeiro, no máximo segundo ano, Mas biologia é bem pouco. Durante o curso tem alguma preparação psicológica para lidar com essas questões difíceis? Então, isso é uma coisa que os cursos de medicina, eu não sei se hoje eles estão começando a colocar, Mas na minha época não tinha basicamente nada, A gente não tinha apoio nenhum sobre pressão, sobre como lidar com o paciente, Como lidar com familiar de paciente. Na faculdade, tem aulas práticas de cada esporte? Tem, você aprende as regras do voleibol, você aprende as regras do basquete, Do futebol. O futebol é uma coisa tão popular, mas existem regras específicas Que você aprende a teoria e a prática dentro das aulas da 
educação física. Como é que o médico lida quando perde alguém? Falam cirurgião é muito frio, mas por mais 
frio que você seja isso te toca porque é muito difícil lidar com perda. Então, às vezes, a gente acaba deixando, tentando botar isso para debaixo do pano, mas isso sempre volta. Então, você tem que conversar bem, eu acho que eu tive muito apoio de família, Minha esposa que sempre conversou comigo sobre isso. Então, eu sempre busquei mais essa parte de família de apoios. Atividade física ajuda a gente a 
se distrair. É fácil transformar isso em trabalho? É fácil porque você consegue desenvolver um prazer 
por quilo que você está fazendo, Mas precisa de dedicação, precisa de conhecimento, precisa de estudo. A gente precisa se dedicar naquilo que a gente está fazendo, né? Você acha que a área 
de educação física é mais educação ou saúde? É uma pergunta bem interessante porque, quando eu entrei na educação física, A gente focava muito na educação. A pedagogia da educação, eu tinha 
disciplina sobre pedagogia, como formar o aluno, Como formar o professor. Nos dias de hoje, eu vejo disciplinas que já está mais focada na área da saúde. O que que o médico faz quando fica 
doente? Como a gente tava falando, essa é uma área difícil Porque o médico ele acaba receitando 
ele mesmo. Então, eu já começo, por exemplo, eu tenho uma dor de garganta, Eu vejo se tem pus ou se não tem, se precisa tomar antibiótico ou não,

Já entro com medicação. Você, geralmente, procura seu colega quando não está melhorando Ou quando você suspeita de alguma coisa mais grave. Médico costuma ser um péssimo paciente. Qual que é a diferença entre o fisioterapeuta e o educador 
físico? O fisioterapeuta ele cuida das lesões, ele cuida da dor em si. O educador físico ele prepara 
e cuida para essa pessoa, esse ser humano não ter dores E ter uma vida ativa assim. Qual é que é o topo da profissão? Quando você tá estudando, todo mundo olha assim, fala poxa… Todo médico quando está 
estudando, tá no começo, quer chegar lá. Em relação à cirurgia, você acaba focando justamente em nomes 
que são os nomes que estão na sociedade, Então, tá operando dos melhores hospitais, ser reconhecido, Ter um belo consultório. E sendo reconhecido não só pela sociedade, mas, principalmente, pelos seus pares em si. Quando você vê colegas te indicando familiares, pacientes, aí você fala realmente é onde eu quero estar. Eu acho que acima de tudo é você ser feliz ali naquilo que você tá fazendo, né? Mas existem características dentro da nossa sociedade que fala que o topo é se você tem 30, 50, 100 alunos de personal. Se você tem uma assessoria de corrida que você consegue ter mil alunos, né? Eu poderia falar que eu tô bem, não tô bem perto do topo, ou tô no topo, Mas eu acho que eu sou bem feliz 
no que eu faço. Às vezes, você não precisa fazer nada. Tem paciente que vai no consultório só para ouvir, Isso acalma uma alma, deixa ele bem. Então, assim, eu acho que a gente consegue melhorar o mundo basicamente isso, fazendo o bem. Seja aliviando dor, seja tratando uma doença grave e, às vezes, só escutando. Só vale resposta sim ou não agora. Sua letra é bonita? Não. Gostava de biologia 
na escola? Não. Sim. Queimada é o melhor esporte? Sim. Já usou a frase "fiquem calmos, eu sou médico"?

Sim. Já pensou em desistir, mudar de profissão? Não. Nunca. Você faz exercício todo dia? Não. Já recebeu a ligação de algum amigo dizendo "olha, eu tô com uma dor aqui"? Todo dia. Você joga bem futebol? Sim. Já tirou foto de jaleco branco e estetoscópio no pescoço? Já. Pode chutar a bola de vôlei? Pode. Escolheria medicina de novo? Com certeza. A melhor coisa é trabalhar com roupa esportiva? Sim, sim. Dormir é o melhor remédio? Também. Fala, pessoal, o meu nome é Caio, Tenho 23 anos e eu sou técnico em química. Eu escolhi essa carreira foi por uma grande influência do Manual do Mundo. Desde pequeno, eu sempre fui curioso de 
saber do que as coisas são feitas e para que elas servem. E sempre quando eu chegava da escola 
no ensino fundamental, A matéria que eu sempre comentava em casa era Ciências. E eu comecei a procurar no YouTube coisas relacionadas à biologia. E eu caí numa playlist do Manual do Mundo. Dentro dessa playlist, eu descobri que, na verdade, o que eu realmente gostava era química, né? E desde então eu procurei curso. Enfim, me formei em técnico em química. E hoje eu tô fazendo um ciclo 
que se chama bacharel em Ciência e Tecnologia Para ingressar na Engenharia Química. Tá certo? Eu agradeço demais o Manual do Mundo por isso.

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