3 polêmicas da viagem de Lula pela América do Sul

3 polêmicas da viagem de Lula pela América do Sul

A primeira viagem internacional de Lula no
seu terceiro mandato tinha o objetivo de marcar Uma espécie de “retorno” do Brasil à
cena mundial, mas também acabou marcada por Polêmicas nas relações com os países vizinhos. Eu sou Leandro Prazeres, repórter da BBC
News Brasil, e estou aqui em Montevidéu, última parada do presidente antes de voltar
ao Brasil. Neste vídeo, eu vou explicar as três principais
polêmicas que surgiram nas visitas de Lula à Argentina e Uruguai. E vamos direto ao primeiro ponto: o Mercosul
em risco. A escolha desses países como destino da primeira
viagem internacional foi uma forma de demonstrar Que as relações com os vizinhos de Mercosul
será prioridade para o governo. Mas a viagem acontece num momento considerado
crucial para o futuro do Mercosul. O bloco foi criado por Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai em 1991 e uma das suas Principais regras é a que impede os seus
membros de negociarem acordos comerciais e Alfandegários com outros países de forma
isolada. O problema é que, nos últimos anos, o Uruguai
vem negociando um acordo de livre comércio Com a China, que é a segunda maior economia
do mundo. O acordo é visto pelos outros membros do
Mercosul como uma ameaça à sobrevivência Do bloco. Isso porque ele pode permitir que produtos
chineses entrem no Uruguai em condições Mais vantajosas que os bens produzidos nos
outros países do Mercosul. Na terça, dia 24 de janeiro,, o presidente
do Uruguai, Lacalle Pou, disse em uma entrevista Que seu país pretende continuar a negociar
com a China e criticou o Mercosul, dizendo Que o bloco seria a quinta região mais protecionista
do mundo. Depois do encontro com Lacalle Pou, Lula disse
que entende as demandas do Uruguai e prometeu Acelerar o processo de implementação do
acordo entre o Mercosul e a União Europeia. E disse estar aberto a conversar sobre um
acordo com a China envolvendo todo o Mercosul. A segunda polêmica é o plano da chamada
moeda comum Lula já chegou em Buenos Aires, no início
da semana, em meio a uma confusão em torno Disso. Tudo começou depois que o ministro da economia
argentino, Sérgio Massa, de uma entrevista Ao jornal britânico Financial Times dizendo
que o Brasil e a Argentina estavam trabalhando Em uma moeda comum. Massa afirmou ainda que a adoção da moeda
poderia criar o segundo maior bloco monetário Do mundo, atrás apenas da zona do Euro.

Isso levou a rumores de que essa moeda poderia
substituir o real e o peso argentino. O que o governo brasileiro correu para desmentir. Nos bastidores, o governo brasileiro avalia
que o anúncio truncado do governo argentino Se deve à proximidade das eleições presidenciais
argentinas, em outubro deste ano. Assim que chegou na Argentina, Lula e sua
equipe tentaram explicar como a moeda comum Funcionaria. Disseram que uma moeda comum nos moldes do
que está sendo estudado é diferente de uma Moeda única como o Euro, que substituiu as
moedas da maior parte dos países da União Europeia. Segundo as autoridades brasileiras, a ideia
que está sendo estudada por técnicos dos Dois países é criar uma unidade de referência
para que Brasil e Argentina possam fazer trocas Comerciais sem recorrer ao dólar americano. A ideia é "driblar" a dificuldade da Argentina,
que vive uma situação financeira difícil Há anos, em obter dólares para suas importações. "O que estamos tentando trabalhar agora é
que nossos ministros da Fazenda, cada um com Sua equipe econômica possam nos fazer uma
proposta de comércio exterior e de transações Entre os dois países que seja feito numa
moeda comum a ser construída com muito debate E muitas reuniões A terceira polêmica da viagem envolve Financiamentos
do BNDES Lula anunciou que o BNDES pode voltar a financiar
obras em países estrangeiros O uso do BNDES para financiar obras no exterior
foi alvo da operação Lava Jato e bastante Criticado por adversários de Lula, que o
acusavam de repassar dinheiro do Brasil a Ditaduras na América Latina e na Africa. Os financiamentos estiveram na mira de investigadores
brasileiros depois que delatores de empreiteiras Como a Odebrecht afirmaram que pagaram propina
para obter contratos em países estrangeiros Para obras financiadas pelo BNDES. Em Buenos Aires, Lula defendeu o retorno dos
financiamentos ao falar sobre a possibilidade De que o banco forneça recursos para a conclusão
de um gasoduto interligando a Argentina e O Brasil. O montante do financiamento pode chegar a
pelo menos R$ 3 bilhões. Eu fico por aqui. Obrigado pela audiência e até o próximo
vídeo.

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